Dólar recua e opera a R$ 5,50 após leilão do BC
O dólar, que iniciou a sessão desta sexta-feira (19) em alta, inverteu o sinal e voltou ao nível de R$ 5,50 após leilão do Banco Central.
Por volta de 12h (horário de Brasília), o dólar à vista (USDBRL) operava a R$ 5,5059, com queda de 0,32%. Minutos antes, a moeda norte-americana bateu mínima intradia, a R$ 5,4990 (-0,45%). Ontem (18), a divisa encerrou a sessão a R$ 5,5237.
Pela manhã, o Banco Central vendeu um total de US$ 2 bilhões em dois leilões com compromisso de recompra simultâneos.
No leilão de linha A, a taxa de corte foi de 4,919200% e foram aceitas duas propostas no valor total de US$ 1 bilhão, conforme comunicado do BC. A venda pelo BC ocorrerá em 23 de dezembro e a recompra será em 5 de maio de 2026.
No leilão de linha B, a taxa de corte foi de 4,856100% e foi aceita uma proposta no valor de US$ 1 bilhão. A venda pelo BC ocorrerá em 23 de dezembro e a recompra será em 2 de junho de 2026.
Os leilões buscam atender à maior demanda por moeda neste fim de ano, quando empresas tradicionalmente enviam recursos ao exterior para pagamento de dividendos.
Este ano, especificamente, os envios estão sendo potencializados por multinacionais que buscam se antecipar ao fim, em janeiro de 2026, da isenção de imposto de renda (IR) sobre as remessas ao exterior, que passarão a ser taxadas em 10%, e também do início da taxação de 10% sobre valores recebidos acima de R$ 50 mil por mês em dividendos.
O real também ganha força com a valorização das commodities. O contrato mais líquido do minério de ferro, com vencimento para maio de 2026, fechou com alta de 0,52%, a 780 yuans (US$ 110,75) a tonelada na Bolsa de Dalian, na China.
Já o contrato futuro do petróleo Brent opera com ganhos, com o barril cotado a US$ 60, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Em linhas gerais, países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil, foram impactados positivamente através do aumento dos preços das matérias-primas.
Juros nos EUA
No exterior, o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, opera em alta. Por volta de 12h30, o índice subia 0,21%, no nível dos 98 pontos.
A moeda norte-americana reage a novos dados e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) .
O presidente da unidade do Fed de Nova York, John Williams, disse que não vê nenhuma necessidade iminente de seguir com o movimento de afrouxamento monetário.
Em uma entrevista à CNBC, ele disse que não tem um “senso de urgência” para reduzir os juros, afirmando que “acho que os cortes que fizemos nos posicionaram muito bem” para ajudar a reduzir a inflação e, ao mesmo tempo, ajudar a apoiar um mercado de trabalho em arrefecimento.
Na semana passada, o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) cortou os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, como o esperado. Essa foi a terceira redução consecutiva.
A decisão, mais uma vez, não foi unânime: Stephen Miran votou pelo corte de 0,50 ponto percentual, enquanto Austan Goolsbee e Jeffrey Schmid optaram por manter o Fed Funds na faixa de 3,75% a 4,00% ao ano. Sendo assim, o placar ficou 9 a 3, a maior dissidência desde setembro de 2019.
Hoje, o mercado vê 80,1% de chance de o Fed manter os juros inalterados em janeiro. Ontem (18), a probabilidade era de 73,4%, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group. A aposta de corte de 0,25 ponto percentual na próxima decisão caiu de 26,6% ontem para 19,9% hoje.
- LEIA MAIS: Comunidade de investidores Money Times reúne tudo o que você precisa saber sobre o mercado; cadastre-se
*Com informações de CNBC e Reuters