Dólar

Dólar firma alta e encosta em R$ 5,60 com IOF, leilões do BC e tensão no Oriente Médio

25 jun 2025, 12:24 - atualizado em 25 jun 2025, 17:08
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O dólar à vista opera em alta com a escalada de tensões no Oriente Médio e busca dos investidores por ativos seguros; disparada do petróleo também favorece o real (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O dólar à vista (USDBRL) recupera o fôlego no exterior e estende os ganhos ante o real em meio a uma combinação de fatores: monitoramento das tensões no Oriente Médio, discursos dos presidentes dos Estados Unidos e do Federal Reserve (Fed) e movimentações em Brasília.

Por volta de 17h10 (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,17%, aos 97.693 pontos.

Já na comparação com o real, a divisa norte-americana atingiu máxima intradia a R$ 5,6733, com alta de 0,99%.



Os motivos para a alta do dólar

Mesmo com o anúncio de cessar-fogo entre Israel e Irã, os investidores seguem atentos ao conflito no Oriente Médio. Nesta quarta-feira (25), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os dois países podem retomar os ataques em algum momento.

“Eu lidei com ambos e estão ambos cansados, exaustos. E pode começar de novo? Acho que algum dia, pode. Pode, talvez, começar em breve”, disse Trump a repórteres.

Ele também disse que seu governo planeja manter conversas com o Irã na próxima semana, depois que o fracasso em negociações sobre o programa nuclear iraniano levaram a um ataque norte-americano a instalações nucleares iranianas. O chefe da Casa Branca participa da reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Já o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, faz novas declarações no segundo dia de depoimento aos parlamentares. Ontem (24), o chefe do Banco Central norte-americano discursou para a Câmara dos Representantes e reforçou que as incertezas sobre as tarifas anunciadas por Trump sustentam a política de manutenção dos juros.

Hoje (25), Powell se apresenta no Senado.

Na semana passada, o Fed manteve os juros inalterados pela 4ª vez consecutiva na faixa de 4,25% a 4,50% e a projeção de até dois cortes, de 25 pontos-base cada, até dezembro deste ano.

Dólar ante o real

Com o cenário externo como principal foco de atenção, as movimentações domésticas também repercutem sobre o câmbio.

Nesta quarta-feira (25), as discussões sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) voltam a injetar cautela no mercado.

Ontem (24), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que pretende votar o projeto de decreto legislativo (PDL) que revoga as mudanças sobre o tributo ainda hoje. A matéria foi incluída na noite da terça-feira na pauta da sessão no plenário da Casa.

Além disso, o Banco Central (BC) realizou um leilão de até US$ 1 bilhão no mercado à vista conjugado com a oferta de 20 mil contratos de swap cambial reverso —  equivalente a US$ 1 bilhão — na manhã desta quarta-feira (25).

Conhecida no mercado em 2019 como ‘casadão’, as operações têm efeito neutro no mercado no curto prazo, ou seja, não devem interferir no comportamento da taxa de câmbio, já que as quantidades de swap cambial reverso — que é a compra de dólares no mercado futuro — e a venda de dólar “spot” são equivalentes.

O BC não esclareceu sua intenção em promover as duas operações, mas profissionais do mercado avaliaram que a instituição mira no cupom cambial — a diferença entre a taxa de juros em reais e a taxa em dólares, muito usada para precificar operações de hedge (proteção) no mercado de câmbio.

Segundo operadores do mercado, também há um movimento de saída de capitais, que é comum ao fim do semestre.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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