Dólar

Dólar recua mais uma vez e opera a R$ 5,30: Veja os cinco motivos para a queda da moeda hoje

29 set 2025, 11:53 - atualizado em 29 set 2025, 11:53
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(Imagem: iStock/eyeglb)

O dólar iniciou a sessão desta segunda-feira (29) em alta. A divisa, porém, inverteu o sinal ainda nas primeiras horas de negociações com ingresso de capital estrangeiro e expectativa de corte nos juros dos Estados Unidos. Dados no Brasil e no exterior também movimentam o câmbio.

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Por volta de 11h40 (horário de Brasília), o dólar à vista (USDBRL) operava a R$ 5,3188, com queda de 0,36%. Mais cedo, o dólar chegou a ser cotado a R$ 5,3057 (-0,61%).



O movimento acompanha a tendência vista no exterior. No mesmo horário, o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, caía 0,25%, aos 97.914 pontos.

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No acumulado de setembro até agora, o dólar acumula queda de quase 2% ante o real, saindo de R$ 5,44 no início do mês para a faixa de R$ 5,30. No ano, a divisa registra recuo de 14%.

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Os 5 motivos para a queda do dólar hoje

Nesta segunda-feira (29), a moeda norte-americana perde força ante a brasileira e moedas fortes com a queda dos rendimentos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries, em meio à fragilidade fiscal dos EUA — impulsionando o fluxo estrangeiro para moedas emergentes como o real. Há um temor de paralisação do governo norte-americano nos próximos dias.

Além disso, outros cinco assuntos mexem com o dólar hoje; confira:

Ingresso de capital estrangeiro

Os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 408,964 milhões na B3 na sessão da última quinta-feira (25), segundo dados divulgados nesta segunda-feira (29). Na data, o Ibovespa fechou em baixa de 0,81%, aos 145.306,23 pontos, com giro a R$ 20,1 bilhões.

Os investidores institucionais retiraram R$ 868,03 milhões da bolsa na última quinta-feira. No mês, houve retirada líquida de R$ 8,434 bilhões, refletindo R$ 109,869 bilhões em compras e R$ 118,303 bilhões em vendas. No acumulado do ano, a retirada de capital totaliza R$ 11,569 bilhões.

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Já os investidores individuais aportaram R$ 395,667 milhões na B3 no dia 25. Em setembro, retiraram R$ 461,789 milhões, resultado de compras de R$ 57,548 bilhões e vendas de R$ 58,01 bilhões. Em 2025, o investimento por pessoa física está positivo em R$ 7,505 bilhões.

No mês de setembro, até o momento, houve entrada de R$ 4,782 bilhões por parte de estrangeiros, resultado de compras acumuladas de R$ 243,165 bilhões e vendas de R$ 238,384 bilhões.

Cenário fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo não está fazendo ajuste fiscal vendendo patrimônio e que continuará a perseguir as metas fiscais estabelecidas, tanto para 2025 quanto para 2026.

“A meta da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) está sendo perseguida com todo o esforço”, afirmou Haddad. “Para 2026 vai ser igual”, acrescentou, durante a Conferência Itaú Macro Vision, realizada em São Paulo nesta segunda-feira (29).

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A meta fiscal para 2025 é de resultado primário zero, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para mais ou para menos. Já o objetivo para 2026 é de superávit de 0,25% PIB, também com margem de 0,25 ponto percentual.

Expectativa de inflação menor

Os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) voltaram a reduzir as projeções para a inflação de 2025 e 2026, mostra o Boletim Focus desta segunda-feira (29). As expectativas caíram de 4,83% para 4,81% e de 4,29% para 4,28%, respectivamente.

O ajuste acontece após a prévia da inflação de setembro surpreender na semana passada. O dado subiu 0,48% no mês e foi a 5,32% em 12 meses — o mercado esperava altas de 0,51% e 5,35%.

As previsões para o câmbio também foram revistas para baixo. O mercado espera agora que o dólar frente ao real seja de R$ 5,48 em 2025; R$ 5,58 em 2026; e R$ 5,56 em 2027.

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Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e à Selic, as perspectivas dos economistas se mantiveram estáveis: crescimento de 2,16% da economia brasileira e taxa de juros a 15% ao ano em dezembro de 2025.

Encontro de Lula e Trump

O mercado também opera à espera de um encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Durante a 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o chefe da Casa Branca acenou para Lula. A expectativa é de que a reunião entre os dois chefes de Estado aconteça ainda nesta semana.

Durante  evento nesta segunda-feira, Haddad afirmou que espera que o Brasil e os EUA iniciem um “debate racional”. Vale lembrar que Trump anunciou tarifas comercias de 50% para produtos brasileiros, que entraram em vigor em agosto.

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Corte nos juros dos EUA

Na expectativa pelo relatório oficial de empregos, o payroll, de setembro, os investidores seguem precificando um novo corte nos juros dos Estados Unidos.

Por volta de 11h30 (horário de Brasília), os agentes financeiros precificavam 89,3% de chance de o BC dos EUA reduzir os juros em 0,25 ponto percentual na próxima decisão do Federal Reserve (Fed), de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group. Na última sexta-feira (26), a probabilidade era de 87,7%.

A aposta de manutenção dos juros caiu de 12,3% da semana passada para 10,7% hoje. A taxa de juros dos EUA está na faixa de 4,00% a 4,25% ao ano, após um corte de 0,25 ponto percentual há duas semanas. 

O relatório de empregos, com divulgação prevista para a próxima sexta-feira (3) deve apontar a abertura de 51 mil postos de trabalho em agosto, de acordo com a mediana das Projeções do Investing.com. Em agosto, o país registrou a criação de 22 mil vagas de emprego.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.