Atos Antidemocráticos

Dólar: Quais foram os efeitos dos atos em Brasília na moeda?

09 jan 2023, 12:19 - atualizado em 09 jan 2023, 13:30
Dólar
Dólar opera na contramão dos mercados globais com investidores receosos com os riscos políticos após invasão às sedes dos 3 poderes (Imagem: Pixabay/geralt)

O dólar à vista opera em alta de 1% frente ao real com investidores reagindo negativamente aos atos antidemocráticos em Brasília, ontem, com a invasão de manifestantes defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF). O volume de negócios ainda é baixo.

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Por volta das 13h30 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em alta de 1,1%, cotada a R$ 5,28 para venda, após renovar máximas perto de R$ 5,31. O contrato futuro com vencimento em fevereiro avançava 1%, aos R$ 5,31. Sem surpresas, o dólar opera na contramão do movimento global, já que o Dollar Index recuava 0,8%, aos 103 pontos no horário acima.

O operador da Commcor Corretora, Cleber Alessie, destaca que o bom humor observado em “diversas praças globais” é continuidade da reação ao relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, divulgado na sexta-feira.

“A leitura foi de que o Federal Reserve [Fed, o banco central norte-americano] pode suavizar o aperto monetário devido aos sinais, em especial, de que a inflação está arrefecendo”, comenta.

Dólar aos olhos do mercado

O sócio-analista da Ajax Asset, Rafael Passos, avalia que os atos de ontem são mais um vetor negativo para o mercado financeiro doméstico em meio ao cenário local desafiador, o que deve manter o prêmio dos ativos locais mais altos por um tempo mais longo dado aumento do risco político.

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“Essa instabilidade institucional só será pacificada quando sociedade e os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário buscarem um equilíbrio de suas funções e deveres”, comenta.

O analista de research da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, reforça que os acontecimentos exacerbaram a percepção do nível de risco dos ativos domésticos diante o mercado global.

“A existência real de uma maior instabilidade política contribui para piorar nossa reputação perante o mundo. No entanto, devemos ter um efeito negativo de durabilidade limitada”, comenta, destacando que cabe aguardar quanto tempo o sentimento de maior risco irá durar.

Já o sócio da RJ Investimentos, Bruno Monsanto, destaca que a reação negativa dos ativos locais deve ter vida curta. Porém, à medida que a ordem seja reestabelecida, as atenções devem se voltar novamente às questões macroeconômicas e regulatórias, que vêm ganhando peso.

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“Além disso, a forma como as autoridades vão endereçar as respostas sobre os movimentos de ontem, também podem pesar sobre a percepção do mercado doméstico no médio prazo”, diz.

Analistas da XP ponderam que, mesmo com toda a repercussão negativa dos atos antidemocráticos, espera-se um efeito limitado sobre os ativos brasileiros. Já os estrategistas do Itaú BBA, Marcelo Sá e Matheus Marques, ressaltam que o preço dos ativos brasileiros sofre dado o aumento do prêmio de risco institucional. Contudo, com o tempo, o impacto tende a diminuir, uma que o foco deverá retornar ao debate sobre a política econômica.

Por fim, a equipe econômica da Guide Investimentos, observa que, apesar das incertezas em torno da política econômica do novo governo, o bom funcionamento do mercado requer primeiramente um ambiente institucional estável.

“Aparentemente, as manifestações já foram contidas em sua maior parte, o que pode diminuir o ruído político ao longo da sessão”, observa.

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Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
flavya.pereira@moneytimes.com.br
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