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Dólar recua e fecha a R$ 5,61, mas foco segue em estímulo dos EUA e Covid na Europa

26 out 2020, 17:17 - atualizado em 26 out 2020, 17:45
Dólar
O dólar à vista fechou em queda de 0,29%, a 5,6121 reais (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

 O dólar (USDBRL) fechou uma sessão volátil em queda contra o real nesta segunda-feira, refletindo algum alívio nas últimas manchetes domésticas, apesar da atenção global às negociações de estímulo fiscal norte-americanas e ao avanço da Covid-19 nas principais economias.

O dólar à vista fechou em queda de 0,29%, a 5,6121 reais, depois de ter chegado a subir até 0,65% na máxima do dia, a 5,6646 reais. O dólar futuro, que é negociado na B3 (B3SA3) até as 18h, apresentava queda de 0,12%, a 5,6165 reais.

Fernando Bergallo, diretor de operações da assessoria de câmbio FB Capital, disse que a sessão foi marcada pela volatilidade, evidenciada pela diferença de cerca de 5 centavos entre a máxima e a mínima do pregão, que foi de 5,6118 reais.

“Mesmo antes de o mercado abrir já havia uma percepção de que o dia seria difícil, principalmente por causa do cenário externo, com cautela em relação a um acordo fiscal nos Estados Unidos”, afirmou Bergallo. “Faltando nove dias para a eleição (norte-americana), isso ditará o tom de grande parte dos negócios na semana.”

Desde que um pacote anterior de trilhões de dólares em ajuda econômica expirou, no final de julho, os EUA seguem sem um acordo sobre mais medidas de auxílio fiscal para combater o impacto econômico da pandemia de coronavírus, que deixou milhões de desempregados no país.

Sinalizando a urgência de medidas de ajuda federal, a maior economia do mundo registrou um recorde de novos casos de Covid-19 nos últimos dois dias. Enquanto isso, na Europa, a França também teve novas máximas e a Espanha anunciou estado de emergência.

Câmbio Moedas Dólar
Sinalizando a urgência de medidas de ajuda federal, a maior economia do mundo registrou um recorde de novos casos de Covid-19 (Imagem: Reuters/Fayaz Aziz)

“Continua havendo aumento nos casos de Covid na Europa e nos EUA, o que tem gerado preocupações em relação a uma potencial desaceleração dessas economias ou uma perda de ritmo nesse momento de recuperação”, disse à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.

Enquanto isso, no Brasil, a reunião de decisão de juros do Copom –com expectativa de manutenção da taxa Selic na mínima histórica de 2% na quarta-feira– concentrará as atenções dos investidores locais durante o início da semana.

O patamar dos juros básicos afeta o fluxo de dólares no mercado local, uma vez que dita a rentabilidade de ativos brasileiros atrelados à taxa Selic.

“A expectativa fica com o Copom, mas é a ata que mais vai importar para o investidor, em busca de indicações sobre o futuro da taxa de juros”, disse Fernando Bergallo, ressaltando que “o dólar está se mantendo insistentemente alto”.

Além do patamar extremamente baixo dos juros básicos, dúvidas sobre como o governo de Jair Bolsonaro financiaria um pacote de assistência social sem furar o teto de gastos federal têm gerado impulsos adicionais ao dólar em relação à divisa brasileira.

No ano de 2020, a moeda norte-americana acumula salto de quase 40% contra o real.

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