Mercados

Dólar recua, após ensaiar alta, de olho no exterior e nas apostas de Fed agressivo

14 set 2022, 12:27 - atualizado em 14 set 2022, 12:27
Setas sobe desce
Dólar opera em queda tentando recuperar-se da alta de quase 2% ontem, atento à inflação nos EUA e nas apostas para o Fed na semana que vem (Imagem: Unsplash/ Susan Q Yin)

O dólar à vista opera em queda frente ao real, desde a abertura dos negócios, mas passa a exibir volatilidade ensaiando inverter sinal para a alta. Há pouco, a moeda norte-americana tinha queda de 0,4%, cotada a R$ 5,16 para venda.

O dólar tenta recuperar-se da forte alta no pregão anterior, quando saiu da casa dos R$ 5,07 para R$ 5,20. Investidores reagiram negativamente aos dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) acima do esperado, em agosto.

Entretanto, um indicador acima das expectativas fez com que investidores passassem a considerar a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) seja mais agressivo na decisão de política monetária na semana que vem.

O diretor de câmbio de uma corretora local observa que, há pouco, o dólar ensaiou alta iniciando o movimento de proteção local antes da decisão do Fed. “Até lá, a volatilidade deve marcar forte presença”, comenta.

Lá fora, o Dollar Index recua 0,3%, aos 109,4 pontos, também em movimento de ajuste após forte alta ontem. O euro, libra esterlina e o dólar australiano são destaques de alta ante a moeda dos Estados Unidos.

Olho no indicador e…

Mais cedo, foram divulgados os números de inflação norte-americana, porém, ao produtor (PPI, na sigla em inglês). O indicador caiu pelo segundo mês seguido, em agosto, em meio ao recuo dos custos de energia.

Contudo, a demanda final do PPI caiu 0,1% no mês passado, depois de recuar 0,4% em julho.

“A inflação ao produtor não trouxe grande novidade. O dado principal [headline] apresentou leitura em linha com as expectativas, mostrando arrefecimento na comparação anual”, avalia a equipe econômica do BTG Pactual.

…nas apostas para o Fed

Para o analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos, o dólar busca um novo patamar de acomodação, acima do observado ontem.

“Hoje, começou novamente apostas de que o Fed deverá ser mais agressivo na semana que vem. Todavia, afastando a possibilidade do que chamam de ‘pouso suave da inflação'”, destaca.

Segundo a equipe do BTG, o impacto do CPI no mercado, ontem, promoveu um aumento nas apostas de probabilidade de alta de 1 ponto percentual (p.p.) da taxa de juros. Porém, o banco ainda espera que a elevação seja de 0,75 p.p.

Entretanto, a equipe econômica do BTG revisou os cenários para os próximos encontros do Fed, no qual estima mais uma alta de 0,75 ponto percentual em novembro e de 0,50 p.p. em dezembro

“Daí, os Estados Unidos encerrariam 2022 com a taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,50%. E acreditamos que o Fed pode elevar a taxa em mais 0,25 p.p. em fevereiro. Com isso, encerraria o ciclo de alta”, comentam os analistas do banco.

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Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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