Mercados

Dólar vai a R$ 4,18 com incerteza comercial e turbulências na América Latina

13 nov 2019, 17:25 - atualizado em 13 nov 2019, 18:11
O dólar negociado no mercado interbancário encerrou em alta de 0,48%, a 4,1869 reais na venda (Imagem: Pixabay)

O dólar voltou a fechar em alta ante o real nesta quarta-feira num dia de maior cautela no exterior e de nova pressão nos mercados de câmbio da América Latina.

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O dólar negociado no mercado interbancário encerrou em alta de 0,48%, a 4,1869 reais na venda.

Analistas não descartam que seja questão de tempo a moeda bater um novo recorde histórico de fechamento, mas ressalvam que o nível de 4,20 reais ainda funciona como uma forte resistência.

“A questão é: se não tiver força para furar esse nível, o dólar volta, mas se a alta for substancial, você tem o acionamento de ordens automáticas de compras que vão retroalimentar os ganhos”, disse Roberto Campos, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos.

A última vez que o dólar ameaçou a linha de 4,20 reais foi no fim de agosto, o que levou o Banco Central a anunciar uma operação extraordinária de venda de moeda no mercado à vista. Desde então, o BC tem feito troca de instrumentos (de swap cambial para dólar à vista), sem aumentar sua posição cambial líquida.

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O fortalecimento da moeda foi impulsionado ainda pelo aumento das incertezas políticas locais após a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

“Mas não há nenhum problema para o BC aumentar a posição cambial líquida agora caso o dólar supere com folga os 4,20 reais”, acrescentou Campos. Por ora, o BC tem mantido sua posição cambial líquida em torno de 327 bilhões de dólares.

A recente série de altas da moeda começou em 6 de novembro, depois da frustração com o leilão do excedente da cessão onerosa.

O fortalecimento da moeda foi impulsionado ainda pelo aumento das incertezas políticas locais após a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evento que coincidiu com escalada da instabilidade política em outras economias da América Latina.

“Este tipo de dinâmica impede um pouco o investidor estrangeiro de entrar no Brasil. Não é pelo cenário, que em nada se assemelha ao Chile ou Argentina, mas pelos riscos em torno” dele, diz Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.

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“Em vez de ‘pagar antecipado’, o estrangeiro está optando por esperar sinais concretos de avanço da economia. Enquanto isso, apenas alocações táticas e especulativas”, completou.

Desde 6 de novembro, o dólar acumula alta de 4,85%. A moeda dos EUA sobe forte também contra peso chileno (+6,2%) e peso mexicano (+1%) no período.

Nesta quarta, o dólar negociado no mercado interbancário encerrou em alta de 0,48%, a 4,1869 reais na venda.

Na B3, o dólar futuro de maior liquidez tinha valorização de 0,17%, a 4,1810 reais.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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