Moedas

Dólar tem leve queda ante real com exterior volátil por disputa eleitoral apertada nos EUA

04 nov 2020, 9:21 - atualizado em 04 nov 2020, 11:37
Às 9:08, o dólar recuava 0,27%, a 5,7455 reais na venda (Imagem: Pixabay)

O dólar engatava forte queda contra o real nesta quarta-feira, em dia marcado por volatilidade nos mercados internacionais em meio a uma disputa eleitoral muito mais acirrada do que o esperado nos Estados Unidos, deixando os investidores ansiosos à espera de um resultado claro sobre quem será o próximo presidente da maior economia do mundo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Às 11:22, o dólar recuava 0,91%, a 5,7085 reais na venda, enquanto o contrato mais negociado de dólar futuro tinha queda de 0,81%, a 5,715 reais.

Contra uma cesta das principais moedas, o dólar tinha alta de cerca de 0,3%, cedendo algum terreno depois de ter disparado mais de 1,2% nas negociações overnight.

O peso mexicano e o rand sul-africano, dois dos principais pares do real, se recuperavam depois de terem caído mais cedo.

À medida que os votos ainda eram contados, os mercados internacionais apresentavam volatilidade nesta manhã, sem certeza sobre quando um resultado definitivo será anunciado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Há muita indefinição, não dá para bater o martelo”, disse à Reuters Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos. “Parece que os mercados estão se acomodando”, com a impressão de que não haverá grandes surpresas independentemente do resultado, acrescentou.

Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, destacou a performance superior do real em relação a seus pares emergentes, o que atribuiu à falta de confirmação de uma ampla vantagem do democrata Joe Biden contra o atual presidente, Donald Trump –cenário que era projetado por boa parte dos mercados.

Ainda que uma “onda azul”, em que os democratas conquistariam a Casa Branca e uma maioria parlamentar, seja vista como um cenário positivo para emergentes, principalmente devido à maior probabilidade de aprovação de mais estímulos fiscais, o discurso de Trump está bem mais alinhado ao do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse Rostagno.

Segundo Sidnei Moura Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora, “a grande preocupação (em relação às eleições) é com a judicialização do resultado ainda não conhecido, e isto sim poderá estressar muito o ambiente global”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mesmo sem a contabilização de todos os votos, Trump afirmou que venceu, que “eles” estão tentando roubar a eleição e que irá à Suprema Corte para lutar pela vitória se necessário.

Seu adversário, Joe Biden, declarou estar otimista sobre a vitória e pediu que todos os votos sejam contados, sem importar quanto tempo isso irá levar.

Enquanto isso, “tudo leva a crer que passada a concentração de atenção na eleição americana, ganhará dimensão maior no mundo a ‘retomada’ da crise da pandemia em seu segundo ciclo e as medidas de ‘lockdown’ e reações”, disse Nehme. “No Brasil aflorarão as discussões políticas em torno da crise fiscal, no primeiro momento.”

As dúvidas sobre como o governo financiaria um programa de assistência social sem furar o teto de gastos têm concentrado as atenções dos investidores locais, que também seguem descontentes com o caminhar da agenda de reformas estruturais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Esse cenário, somado ao patamar extremamente baixo da taxa Selic e a um crescimento econômico fraco, deixam o dólar em alta de cerca de 42% contra o real no ano de 2020.

No lado positivo, analistas citavam como promissora a notícia de que o Senado aprovou na terça-feira a proposta que confere autonomia formal ao Banco Central, de forma a garantir que a instituição possa atuar sem risco de interferência político-partidária. O Bradesco disse em nota que a autonomia “deve contribuir para reduzir a volatilidade macroeconômica no Brasil”.

A proposta segue agora para apreciação da Câmara dos Deputados.

Na última sessão, a moeda norte-americana à vista subiu 0,39%, a 5,7609 reais na venda.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Banco Central fará nesta sessão leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021.

(Atualizada às 11h37)

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.