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Dólar tem maior alta semanal em 3 meses e fecha a R$ 5,20

23 dez 2020, 17:28 - atualizado em 23 dez 2020, 17:28
Dólar, Dinheiro, Câmbio
o dólar subiu 0,70%, a 5,2002 reais na venda, maior valor desde 2 de dezembro (Imagem: Unsplash/@nate_dumlao)

O dólar (USDBRL) fechou em alta firme contra o real nesta quarta-feira, contabilizando a maior valorização semanal em três meses, com investidores voltando a montar posições na moeda brasileira para proteger aplicações em outros mercados.

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Tal movimento fez o real descolar dos movimentos nos mercados de câmbio no exterior, que tinha o dólar em queda generalizada diante de esperanças de um acordo do Brexit e dados melhores nos Estados Unidos.

Depois de cair a 5,1295 reais (-0,67%) no começo do pregão, a moeda passou a ganhar força ao longo do restante do dia, até inverter o sinal e bater uma máxima de 5,2223 reais (+1,13%) logo após as 14h30.

No fechamento, o dólar subiu 0,70%, a 5,2002 reais na venda, maior valor desde 2 de dezembro (5,2422 reais). Foi a quarta alta consecutiva, período em que somou ganho de 2,40%.

A série é a mais longa do tipo desde as também quatro valorizações seguidas entre 13 e 16 de outubro.

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Na semana, encurtada pelo Natal, a cotação saltou 2,28%, maior acréscimo desde a semana finda em 25 de setembro (+3,29%).

Com o movimento recente, o dólar reduziu a queda em dezembro para 2,74%. No ano, a divisa ainda dispara 29,59%, o que deixa o real na vice-lanterna entre 33 pares do dólar, à frente apenas do fragilizado pelo argentino, que recua 28,1%.

Com o movimento recente, o dólar reduziu a queda em dezembro para 2,74% (Imagem: Unsplash/@chebanoo)

Segundo um profissional de um grande banco estrangeiro, o mercado parece estar voltando ao trade “compra de dólar/venda de juros e bolsa”, especialmente depois da valorização recente do real na esteira do otimismo global com vacinas.

“Com a notícia da mutação do vírus no Reino Unido, o risco voltou a afetar essas posições (de proteção) e o real está sendo usado para essa recomposição de hedge por ser uma moeda muita líquida”, disse.

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Essa dinâmica havia sido quebrada recentemente –com real e Ibovespa em alta diante da farta liquidez global, da eleição norte-americana e do desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19–, mas já tinha se mostrado presente nos últimos tempos, à medida que o colapso da Selic a mínimas históricas tornou a moeda doméstica um ativo barato para proteger investimentos em outros mercados brasileiros e mesmo no exterior.

O Ibovespa saltava 1% no fim da tarde, beirando os 118 mil pontos. Em 2020, o real cai 22,83%, e o principal índice das ações brasileiras avança 1,85%, mais do que apagando as perdas decorrentes da crise do coronavírus.

O Ibovespa saltava 1% no fim da tarde, beirando os 118 mil pontos. Em 2020, o real cai 22,83% (Imagem: B3/Divulgação)

À medida que o fim do ano vai se aproximando, o volume de negócios tende a se reduzir, deixando o mercado mais suscetível a variações bruscas e fatores técnicos. Até 17h17, 225.995 contratos de dólar futuro haviam sido transacionados, 16% abaixo da média dos últimos 30 pregões e 20% aquém da média das últimas 90 sessões.

Apesar das altas recentes, alguns analistas ainda veem caminho de queda para o dólar.

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“O mercado continuará a ver volatilidade, mas certamente parece que a tendência de baixa (do dólar) está bastante intacta”, disse o DailyForex em nota.

“Outra coisa a se prestar atenção é o fato de que a média móvel de 50 dias está se preparando para cruzar abaixo da média de 200 dias, a chamada ‘cruz da morte’, que pode enviar o dólar para baixo de um ponto de vista de longo prazo”, acrescentou o DailyForex.

A média móvel de 50 dias está em 5,3832 reais, enquanto a de 200 dias se encontra em 5,3619 reais.

Pela análise do Morgan Stanley, o real ainda está entre as moedas favoritas no mundo emergente, em contraposição a pares como won sul-coreano, dólar de Taiwan e shekel israelense.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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