Itália

Draghi, ex-BCE, pode formar governo italiano na próxima semana, diz ex-premiê

04 fev 2021, 13:13 - atualizado em 04 fev 2021, 13:13
O ex-presidente do Banco Central Europeu é apontando como ideal para reverter a grave recessão da Itália (Imagem: Reuters/Remo Casilli/File Photo)

O ex-primeiro ministro italiano Matteo Renzi, cuja manobra política derrubou o último governo do país, está confiante de que Mario Draghi pode formar uma nova administração já na próxima semana.

Renzi, líder do pequeno partido de centro Itália Viva, disse em entrevista à Bloomberg Television que o ex-presidente do Banco Central Europeu é “o homem certo no lugar certo” para enfrentar a pandemia de coronavírus e a grave recessão do país.

“Mario Draghi é a melhor pessoa para ser primeiro-ministro, ele salvou a Europa, salvará a Itália”, disse Renzi, que deixou a coalizão liderada pelo então primeiro-ministro Giuseppe Conte em 13 de janeiro. “Draghi terá um voto de confiança provavelmente na próxima semana e será capaz de elaborar um plano de recuperação.”

Draghi deve iniciar uma primeira rodada de negociações com partidos na tarde de quinta-feira, depois do pedido do presidente Sergio Mattarella na quarta-feira para que o ex-presidente do BCE forme um novo governo.

Busca de maioria

Mario Draghi
Draghi ainda  não tem maioria dos parlamentares italianos (Imagem: Reuters/Ralph Orlowski)

No momento, Draghi não tem maioria parlamentar, e vários grupos políticos dizem que primeiro querem ver seu programa. Draghi destacou a pandemia, a campanha de vacinação do país e a reativação da economia juntamente com o pacote de recuperação da União Europeia como prioridades.

Além do Itália Viva, Draghi pode contar com o apoio do Partido Democrático, de centro-esquerda, a segunda maior força na antiga aliança de Conte, e grupos centristas pró-europeus.

Embora dividido, o partido de centro-direita Força Itália, do ex-premiê Silvio Berlusconi, também poderia apoiar Draghi. O mandato Draghi “vai na direção que temos avançado por semanas”, disse Berlusconi em comunicado na quinta-feira.

Matteo Salvini, líder da Liga, o maior partido do bloco de centro-direita e antimigração, deixou a porta pelo menos entreaberta para um governo Draghi.

O Movimento 5 Estrelas, o maior partido do parlamento, poderia se inclinar, pelo menos em parte, em direção a Draghi.

O 5 Estrelas tem “o dever” de participar, ouvir e, em seguida, tomar uma posição após conversas com o primeiro-ministro designado, disse o ministro de Relações Exteriores, Luigi Di Maio, prestes a deixar o cargo. “É precisamente nestas circunstâncias que uma força política mostra que está madura.”

Vito Crimi, líder do 5 Estrelas, descartou apoiar Draghi, mas vários parlamentares pressionam o partido para apoiá-lo.

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