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Drops do Mercado: A tônica da semana

13 mar 2017, 21:02 - atualizado em 05 nov 2017, 14:06

William Alves é sócio na Valor Gestora de Recursos e escreve em seu blog Bugg

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Semana decisiva essa que se desenha a nossa frente…mudou a lua no domingo, seria isso um prenuncio de mudança da tendência recente de queda? Rs…não sei…mas a semana começa em alta com um certo alívio de China com declarações de um conselheiro de Estado dizendo que não há risco algum de colapso por lá e depois que uma autoridade falou que o endividamento das empresas por lá está bem controlado….será que eles diriam caso houvesse risco?? Rs.

Olha que legal o aumento do endividamento das empresas Chinesas…bem tranquilo né..sei..aham

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Bom mas voltando ao que interessa…

Em termos de agenda econômica, me chamam atenção os seguintes pontos:

  • Segunda: Discurso de Draghi.
  • Terça: amanhecemos sabendo o dado de produção industrial e vendas no varejo chinês que sempre ajudam a dar o tom nas commodities; tem também a  produção industrial na Europa para confirmar o momento de recuperação vivido pelo mundo; e dados de inflação ao produtor nos EUA (PPI) no dia que antecede o evento mais importante que é a decisão de juros nos EUA.
  • Quarta: define-se as taxas dos FED funds e temos ainda uma porrada de indicadores da economia americana – dados de emprego, índice Empire State, estoques de petróleo, vendas no varejo e ainda CPI.
  • Quinta: CPI europeu, decisão de juros no UK, dados de housing nos EUA e o Fed Filadélfia.
  • Sexta: produção industrial nos EUA e confiança do consumidor de Michigan.
  • Sem data: início do Brexit e eleições na Holanda

Não bastasse uma agenda cheia temos eventos políticos que dão frio na espinha! A Lista Janot que deverá ser entregue hoje a PGR que tem um potencial enorme de arranhar a imagem de figurões do governo. Mais buscas e apreensões vem por aí…que bom! A pergunta é quando será revelado o teor das delações e quando saberemos quem são os indiciados. Para o bem do mercado seria bom que as coisas se mantivessem em sigilo para que as votações seguissem na Câmara e Senado…mas enfim…veremos.

Mas o que vem tirando o sono dos gestores mundo afora é o Petróleo! Esse foi o principal driver para quedas recentes.

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A respeito disso, o Goldamn Sachs chamou atenção recentemente, ao fato de ainda ver um imbalance na oferta e demanda de petróleo em 2017, no sentido de faltar petróleo…isso obviamente é positivo para preço…será que recupera então?

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Sobre isso fica muito difícil tecer comentário…mercado de petróleo é pra lá de complexo. Minha simples e humilde percepção é: houve o exagero que levou o petróleo a US$ 18/barril em jan16…de lá pra cá acordos de cortes de produção e uma melhora da atividade econômica colaboraram a alta da commoditie….no entanto a prática mostra que nem todo mundo que prometeu, realmente cortou produção (primeiro gráfico logo abaixo) e pensando num prazo maior, ainda tem muito petróleo para entrar no mercado (segundo gráfico)…isso aliado a dados de estoques altos, acabam explicando as quedas recentes.

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Pra quem não tá nem aí pros fundamentos do petróleo, é possível achar uma simples e totalmente razoável explicação para queda recente: muita gente comprada e/ou alavancada que foi stopada ou teve que se desfazer de posição por conta do dado elevado de estoques nos EUA. Dá uma olhada na posição net que tinha no mercado….

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Logo vale e muito monitorar o que acontece com petróleo porque o contágio em emergentes é direto!

Apesar dos pesares os mercados emergentes, de uma forma geral, seguem descontados em comparação aos mercados desenvolvidos. Gráfico abaixo mostra a diferença entre os P/L’s do MSCI de emergentes e o S&P, mostrando o desconto dos emergentes está grande na comparação de longo prazo.

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Corroborando a isso o gráfico do P/E (Preço/Lucro) do S&P. Sei que a qualidade não tá das melhores, mas o objetivo aqui é dar uma noção de que mesmo com os ajustes nas projeções de lucro, o S&P vem ficando mais caro com as recentes valorizações…para fins de comparação o P/L do Ibov roda hoje na casa dos 12-13x.

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O quero dizer com isso? 

Que apesar do petróleo exercer forte influência sobre o mundo de commodities e, consequentemente dos emergentes, os valuations seguem atrativos para os gestores que tem apetite a risco nos mercados emergentes como o Brasil. Penso que ainda temos muito capital para atrair…mas isso não é de uma hora pra outra, leva tempo…Semana parece ser tensa…até aqui a correção no Ibov tem sido saudável…torcer para não dar nenhuma “M” no cenário político por aqui que acredito que bolsa possa se recuperar. 

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