Drops do mercado: Nem tudo está tão ruim assim

11 jul 2017, 14:45 - atualizado em 05 nov 2017, 14:00

Drops

William Alves é sócio na Valor Gestora de Recursos e escreve em seu blog Bugg

Gosto de escrever o Bugg porque este me serve de arquivo de coisas interessantes e relevantes que passo o olho. Aqueles que tem acompanhado o BUGG tem visto que tenho uma postura não pessimista com esse ano e os desdobramentos disso no mercado. Comentei isso aqui:

TÔNICA DA SEMANA EM 19/06

BRASIL: CHOQUE DE REALIDADE, PESSIMISMO E FOCO NO MICRO

Como deixo claro em ambos, apesar dos pesares temos alguns fatores positivos que ajudam o olhar de “É BAI” …com seletividade é claro, mas penso que sim dá pra se arriscar.

Adicionalmente a estes posts aí de cima, aqui vão outros highlights econômicos que gostaria de deixar registrados.

2 CERTEZAS NA VIDA: A MORTE E A QUEDA DA SELIC!!!

Este é sim o tema mais relevante do ano…politics sucks! Então deixe-me apegar aquilo que ao menos me dá algum tesão de olhar….aquilo que é a aposta de 10 em cada 10 gestores macros no Brasil (sim isso é um exagero).

2 certezas imutáveis na vida: a morte, e a queda da Selic esse ano! Rs

Já esta caindo e vai cair mais…enfim…Peguei esse graph da apresentação do pessoal da gestora Garde, a qual sou cotista e mostra aquela relação super relevante e conhecida (eu mesmo postei sobre isso aqui: BRASIL: UMA VISÃO SOBRE JUROS)

Enfim, apenas corroborando a tese de que juros vão seguir em queda e que piso pode ser abaixo de 8%…ainda acho que é acima, mas isso é só minha opinião.

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Esse último IPCA reforçou isso com uma deflação que surpreendeu a muitos. Olha esse mergulho:

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Com esse IPCA e atividade fraca do jeito que tá, o que tu acha que vai acontecer com a Selic?

Penso que ainda dá pra ganhar algum com juros curtos, ou ainda na parte intermediária da curva. Tenho uma NTN24 que sofre um pouco com IPCA mais fraco, mas ainda garante um belo juro real acima de 5%. … #ficadica

ATACADÃO SAFADÃO. 

Há mais de um ano atrás escrevi sobre o uma tendência facilmente observável no varejo de supermercados brasileiros…na real observei isso na pele…havia voltado para o Brasil e fui num atacadão safadão desses, pois meus pais falaram que tudo era mais barato…e de fato era mesmo! Comentei aqui:

PCAR4 – AQUELES 1%, 10%, 20% SAFADÃO!

Em uma coisa errei, comentei que isso me deixava OFF em PCAR…de lá para cá papel subiu mais de 30%! Faz parte…Carrefour ta vindo bem pra ser mais uma opção interessante.

Mas enfim último dado de vendas da ABRAS mostraram um crescimento de vendas de quase 5% em maio…parece bom, mais isso foi nominal…descontado a inflação foi mais modesto em 1% o que sem dúvida é pouco…mas é melhor do que nada.

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E segundo os dados da Plural ambos (CBD e Carrefour) vem outperformando o mercado…

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Penso que tem muito atacadão safadão vendendo bem por ai…aqueles sem ar condicionado, sem estacionamento decente, com carrinhos mais velhos e por aí vai…como esses não aparecem nos dados da Abras sou suspeito a achar que neles as vendas foram mais fortes.

Ainda assim, dados do Carrefour especialmente chamam atenção!

AQUELA DÍVIDA DE UNS ANOS ATRÁS…ESTÁ BEM…BEM MAIS BAIXA!! 

Outro fator relevante para os desdobramentos macro do país é a situação de endividamento das empresas … aliás esse é um fator que vai CATAPULTAR LUCROS esse ano anotem isso!

Peguei esses gráficos do excelente time do Credit Suisse. Os gráficos deixam claro que a redução de juros que comentei mais acima já estão surtindo efeito na alavancagem das empresas. Veja que a importante relação DL/Ebitda (dívida líquida/geração operacional de caixa, gráfico da esquerda) vem mostrando uma boa queda de 3x para 2.2x. E outro indicador interessante o interest coverage ratio mostrou melhora pelo 5º trimestre consecutivo 1.2x no 4T15 para 2.7x no 1T17.

Em outras palavras, o risco de solvência vem diminuindo, o que é bom para os bancos (credores), bom para as empresas (devedores) e para economia como um todo, afinal empresas menos endividadas tem melhores condições de investir

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Uma abertura muito legal que os caras fizeram foi entre setores, mostrando que o endividamento é menos generalizado, passou a ser mais concentrado em alguns setores que ainda enfrentam sérias dificuldades como construção, bens de capital, automotivo entre outros.

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Outro ponto relevante que vale mencionar é que mesmo com a demora, ainda estamos tendo muitas empresas sentando para negociar com seu gerente de conte…a velha máxima do “DEVO, NÃO NEGO, PAGO QDO PUDER” Gráfico abaixo mostra que as renegociações de aumentaram recentemente comparativamente a reestruturação de dívidas…e isso pode fazer com que os bancos sigam provisionando valores ainda elevados como precaução a possíveis e futura inadimplência….vamos ver nos próximos balanços.

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E isso obviamente impacta no custo de risco associado a cada banco…nas projeções do CS, o ciclo se “normaliza” ou volta a patamares de 2013, somente em 2019. Me parece forte afirmar isso, mas dada a conjuntura parece sensato.

Mas o ponto que me chama atenção é a trajetória declinante disso, o que por sí só já é muito bom para os preços dos ativos chamados Bancos.

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Tudo isso depende de ciclo econômico…se a economia anda o endividamento reduz pelo pagamento e pela maior geração de caixa que impacta os ratios mencionados acima. Além disso, economia andando gera uma menor necessidade de provisões para devedores duvidosos e reduz o risco dos bancos, aumentando assim seu valuation. 

All in all, mesmo sem a recuperação dita, a alavancagem esta diminuindo e isso é sim positivo!!

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