Comprar ou vender?

Pagadoras de dividendos são as small caps favoritas de 12 analistas para julho

05 jul 2022, 14:50 - atualizado em 06 jul 2022, 14:41
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Para a corretora, neste momento, a tendência se mostra em baixa, com reduzidas possibilidades de retomada de altista (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Junho foi o pior mês para o Ibovespa desde março de 2020, quando estourou a crise da Covid-19, e pior ainda para as small caps, empresas com menor capitalização, mas grande potencial de alta.

Enquanto o principal índice da bolsa brasileira caiu 11,5%, o Índice Small Caps derreteu 16,33%. Essas companhias sofrem mais com a derrocada da bolsa, justamente porque possuem menor liquidez.

Além disso, investidores institucionais são mais propensos a retirar os investimentos dessas companhais para investir em empresas maiores.

Murilo Breder, da NuInvest, diz que o que já era barato, ficou ainda mais após um amargoso mês de junho.

“O SMLL já estava na mínima de seu histórico de múltiplo de preço sobre o lucro (P/L) antes mesmo de junho começar e agora as ações ganharam um desconto ainda maior”, coloca.

O BB Investimentos recorda que após percorrer o mês de maio em tentativa de recuperação, o índice não se sustentou no campo de alta e perdeu importantes suportes, renovando padrões gráficos sucessivos de queda, em prazos mais curtos.

“O mês de junho foi marcado por uma nova tentativa de se sustentar em torno dos 1950 pontos, mas sem apoio nos indicadores gráficos, particularmente os de força e volume”, diz.

Para a corretora, neste momento, a tendência se mostra em baixa, com reduzidas possibilidades de retomada de altista — a qual poderá ocorrer se o índice superar 2050 pontos com consistência.

Pequenas gigantes

Para julho, as maiores corretoras, bancos e casas de análises do país apostam em small caps que ofereçam proteção, além de dividendos.

Esse é o caso da Minerva (BEEF3), que ganhou favoritismo entre os analistas, com seis indicações.

De acordo com a NuInvest, corretora que recomenda a compra dos papéis da Minerva, a companhia pode ser beneficiada pelos fortes ganhos vindos do alto volume de exportação aliado ao baixo custo de produção do gado brasileiro, que se dá via pasto, aproveitando os recursos naturais, como água, geografia e clima propícios.

“Do médio para o longo prazo, a BEEF3 deve se beneficiar com a inversão do ciclo negativo de gado no Brasil a partir do segundo semestre deste ano, ou seja, haverá uma oferta maior de gado quando a demanda por esse tipo de proteína também estará ascendente nas perspectivas globais”, escreve.

Além disso, lembra a corretora, dos fatores de curto e longo prazos, a distribuição de proventos crescente e constante nos últimos anos é um fator positivo para a robustez da operação da companhia.

“Vemos com bons olhos essa maturidade da companhia e isso tem muita sinergia com a nossa estratégia de investimentos”, completa.

O BTG vê a ação como uma história de valor brilhante.

“Em primeiro lugar, há o componente de ciclo, com o Brasil à beira de uma inversão no ciclo do gado. Mas mais do que as melhorias do ciclo anterior, acreditamos que a quantidade de gado disponível para abate aumentará significativamente, o que significa que esperamos que o próximo ciclo seja ainda mais forte do que os anteriores”, diz.

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Para o banco, com balanço mais forte, a Alupar começará a pagar dividendos maiores, o que deve ajudar o nome a apresentar uma contração em sua TIR real. (Imagem: Alupar/Divulgação)

Alupar, elétrica queridinha

Outra empresa que também reúne dividendos e proteção é a Alupar. A companhia recebeu cinco indicações e ficou em segundo lugar no ranking.

“Nós a vemos como um dos melhores nomes defensivos para navegar o atual momento de mercado. Com a conclusão da maior parte de seu ciclo de investimentos, a empresa oferece forte geração de fluxo de caixa e proteção decente contra a inflação”, afirma o BTG.

Para o banco, com balanço mais forte, a Alupar começará a pagar dividendos maiores, o que deve ajudar o nome a apresentar uma contração em sua TIR real.

“Também sinalizamos seu sólido histórico em alocação de capital. Recentemente, a Aneel sediou um dos maiores leilões de transmissão em anos, e a Alupar – em consórcio com EQTL e Mercury (Perfin) – participou com lances disciplinados, mas que acabou perdendo para competidores mais agressivos”, conclui.

Veja as empresas mais indicadas

Empresa Ação Indicação
Minerva BEEF3 6
Alupar ALUP11 5
Randon RAPT4 4
3R Petroleum RRRP3 4
Petz PETZ3 3
ABC Brasil ABCB4 3
Intelbras INTB3 3
Movida MOVI3 3
Santos Brasil STBP3 3

Esse levantamento levou em consideração as informações das carteiras de ações divulgadas por 12 instituições. Para maio, foram indicadas 75 ações, somando 111 recomendações.

Participaram do levantamento Ágora InvestimentosBB InvestimentosBTG PactualNu investEliteGenial InvestimentosGuide InvestimentosItaú BBAMirae AssetÓramaSantander Terra Investimentos.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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