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E-commerce impulsionará novamente resultados do varejo, com empresas de nicho sob holofotes

23 abr 2021, 12:29 - atualizado em 23 abr 2021, 12:29
Enjoei
Para a XP Investimentos, as empresas de nicho, como Westwing e Enjoei, divulgarão os melhores números da temporada de resultados do primeiro trimestre (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

As empresas de e-commerce vão apresentar mais um trimestre forte em resultados. Sob expectativas de crescimento sólido de GMV (volume bruto de mercadorias), elas serão o destaque do varejo brasileiro.

Para a XP Investimentos, as empresas de nicho, como Westwing (WEST3) e Enjoei (ENJU3), e o Magazine Luiza (MGLU3) divulgarão os melhores números da temporada do primeiro trimestre do ano.

O Magazine Luiza, inclusive, deve registrar o maior crescimento de GMV total e no segmento online dentre seus pares.

“Em nossa visão, a Magazine Luiza será o destaque do trimestre no segmento de e-commerce. Estimamos um crescimento de 60%  do GMV total (vs. +66% no quarto trimestre de 2020), impulsionado pelo GMV online (+111% ano a ano), dado que o e-commerce permaneceu resiliente no início do ano e se beneficiou do aumento das restrições em março”, afirmam Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, analistas de Varejo da corretora.

Em relação às lojas físicas da companhia, as receitas devem vir estáveis no comparativo anual, enquanto as Vendas Mesmas Lojas (SSS) mostrarão queda de 3,2% (ante +10,9% no trimestre anterior).

A XP estima queda de 1,5 ponto percentual para a margem bruta, reflexo da maior representatividade do canal online, e lucro líquido de R$ 39 milhões, o que representa uma queda de 23% ano a ano.

A Enjoei e a Westwing, novatas na B3 (B3SA3), estão entre as maiores apostas dos analistas. Com os consumidores ainda em casa, a expectativa é de que a Westwing reporte números sólidos, com melhora de margem bruta no comparativo trimestral e crescimento de 92% do GMV na comparação ano a ano, além de expansão de 79% da receita líquida (também ano a ano).

“A empresa continua se beneficiando da tendência ‘fique em casa’ e da mudança de comportamento dos consumidores, que agora investem mais na decoração de suas casas. Além disso, categorias lifestyle devem continuar contribuindo para o aumento da recorrência de compra na plataforma, enquanto o aumento das restrições podem ter beneficiado a empresa, que surge como uma alternativa para as compras em shoppings“, acrescentam os analistas.

Ainda assim, a Westwing deve registrar Ebitda negativo de R$ 4 milhões e prejuízo líquido de R$ 41 milhões em razão das despesas não recorrentes relacionadas à sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).

Para a Enjoei, que já tinha reportado fortes dados preliminares, a receita líquida projetada é de R$ 27 milhões (+72% ano a ano) e o Ebitda estimado é de -R$ 5 milhões (contra -R$ 19 milhões no quarto trimestre). A margem bruta deve cair 7,8 pontos percentuais em relação ao último trimestre, reflexo da expansão da política de frete grátis.

Lojas Americanas
Lojas Americanas e B2W vão registrar os resultados mais fracos devido a um crescimento no ambiente online ainda aquém das demais empresas (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

Destaques negativos

Segundo a XP, a Lojas Americanas (LAME4) e a B2W (BTOW3) vão registrar os resultados mais fracos devido a um impacto negativo na rentabilidade e um crescimento no ambiente online ainda aquém das demais empresas.

Para a Lojas Americanas, espera-se novamente um resultado fraco no segmento de lojas físicas, com receitas líquidas estáveis na comparação anual e SSS negativo. A companhia deve apresentar um prejuízo de R$ 168 milhões.

Quanto à B2W, os analistas projetam pressão na margem Ebitda ajustada (-3,5 pontos percentuais) como resultado da nova política de vendas e um prejuízo líquido de R$ 149 milhões.

A Via Varejo (VVAR3) deve ter crescimento de 23% no GMV total, impulsionado principalmente pelos canais digitais. Segundo os analistas, a performance das lojas físicas continuará fraca, com queda de 9% do SSS no comparativo anual. O lucro líquido esperado é de R$ 70 milhões.

Por fim, a Mosaico (MOSI3) apresentará mais um trimestre marcado por desafios devido ao aumento dos preços de eletrônicos e smartphones (principais categorias de atuação da companhia).

A XP vê pressão no Ebitda e espera lucro líquido de R$ 5 milhões.

“Destacamos que, apesar de um trimestre mais fraco, a companhia vai começar a oferecer cashback no segundo trimestre, e os consumidores devem se acostumar com um novo patamar de preços para as principais categorias da empresa. Neste sentido, esperamos melhores resultados no segundo trimestre”, concluem Eiger, Senday e Suedt.

A XP tem recomendação de compra para Lojas Americanas, B2W, Enjoei, Westwing e Mosaico e neutra para Magazine Luiza e Via Varejo.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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