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É hora da B2W e da Lojas Americanas serem uma coisa só (e valerem 44% mais)

18 jun 2020, 15:47 - atualizado em 18 jun 2020, 15:47
Novo enfoque: para BTG Pactual, as empresas já funcionam, na prática, como uma organização única (Imagem: Divulgação/Lojas Americanas)

Compartilhar os mesmos controladores não é a única coisa que une a B2W (BTOW3), uma das gigantes do e-commerce brasileiro, e a Lojas Americanas (LAME4).

Há bastante tempo, a pontocom é responsável pela plataforma de vendas da varejista no mundo digital. Essa simbiose levou o BTG Pactual (BPAC11) a adotar uma nova abordagem: analisar as empresas como uma coisa só.

O que descobriu foi que, juntas, valem mais do que separadamente. Para ser mais preciso: 44% mais. No relatório que assinam, Luiz Guanais e Gabriel Savi observam que este enfoque revela uma organização com 1,7 mil lojas, 18 centros de distribuição, 40 milhões de clientes ativos, 32 milhões de skus (códigos que identificam os produtos em estoque) e 55 mil vendedores.

“Isso lhes dá tráfego, sortimento, frequência e um rico banco de dados sobre a jornada de compra dos consumidores”, afirmam os analistas do BTG Pactual. “À medida que cresce a penetração do e-commerce nas vendas totais, a companhia deveria ser vista (e avaliada) como um player multicanal”, acrescentam.

Musculatura

A abordagem ganha ainda mais potência, quando se considera que a B2W tem expandido seu leque de parceiros. Nos últimos meses, seu ecossistema de e-commerce foi encorpado por nomes como a BR Malls (BRML3), Linx (LINX3), BR Distribuidora (BRDT3), Grupo Big e McDonald’s.

Isso não significa que, isoladamente, as empresas não estejam ganhando envergadura. Pelo enfoque tradicional, que considera cada uma como uma organização independente, o BTG Pactual elevou o preço-alvo da B2W de R$ 77 para R$ 120, e o da Lojas Americanas, de R$ 27 para R$ 38.

B2W submarino
Mergulho: Submarino, da B2W, um dos pioneiros nas vendas online no Brasil (Imagem: Divulgação/Instagram/B2W)

Para a varejista, isso significa uma valorização potencial de 16,5% sobre o fechamento de quarta-feira (17). No caso da B2W, a alta seria de 12,4%, na mesma comparação.

Mas tudo fica mais interessante (e potencialmente, mais rentável), quando o BTG Pactual agrupa as empresas como um único negócio. O banco observa que, na prática, essa fusão vem se acelerando.

A Lojas Americanas está se transformando numa empresa multicanal e usufrui da base de 40 milhões de clientes da B2W. Já a pontocom aproveitou a rede de 300 lojas físicas da varejista para implantar seu sistema de venda online, com retirada na loja.

Maior que as partes

Pelas contas dos analistas, a empresa combinada teria um preço-alvo de R$ 47 por ação, usando-se como base os papéis da Lojas Americanas.

Isso significa elevar em 37% o valor justo do papel, em relação aos R$ 38 da abordagem convencional. E, por tabela, sinaliza um potencial de alta de 44% sobre o fechamento de ontem.

Se é verdade que a cúpula de uma empresa deve se esforçar para gerar o máximo de valor para o acionista, talvez seja hora de a B2W e a Lojas Americanas considerarem, com seriedade, elevarem a parceria a um outro patamar. Se o BTG Pactual estiver certo, elas só têm a ganhar – e os acionistas também.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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