Guerra Comercial

É improvável que ‘tarifaço’ de Trump sobre o Brasil entre em vigor, segundo o UBS

13 jul 2025, 11:29 - atualizado em 13 jul 2025, 11:29
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Para os estrategistas do banco falta fundamento econômico para legitimar o tarifaço de Trump sobre os produtos brasileiros (Foto: iStock - Oleksii Liskonih)

A tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados UnidosDonald Trump, “é improvável” que se torne permanente na avaliação do UBS Global Wealth Management (UBS WM). 

Para os estrategistas do banco, ainda não está claro o fundamento por trás da taxação. “Achamos que seria difícil justificar o uso da Lei Internacional de Poderes Econômicos de Emergência (IEEPA, na sigla em inglês), dado o superávit comercial com o Brasil”, escreveram no relatório.

Eles ainda afirmam que as Seções 232 e 301 da Lei de Expansão Comercial de 1962 estão disponíveis para o presidente dos EUA, “mas exigiriam uma investigação inicial e teriam que ser baseadas em uma queixa relacionada ao comércio”.

A equipe do UBS WM ainda cita que o Brasil não estava na lista inicial de parceiros comerciais quando Trump anunciou as tarifas ‘recíprocas’ no ‘Dia da Libertação’ em abril, já que os EUA têm um superávit comercial com o país. 

‘Tarifaço’ de Trump: impactos no Brasil

Mesmo com o cenário-base de tarifa sobre os produtos brasileiros à importação nos EUA seja implementada, os estrategistas do UBS veem um impacto “modesto” na economia e “gerenciável”. 

“O Brasil é uma economia relativamente fechada, com exportações e importações representando apenas 28% de seu PIB em 2024”, destacou a equipe do UBS WM.

Apenas 16% das exportações total do país vão para os EUA, o que corresponde a menos de 2% do PIB brasileiro. 

“Embora a tarifa de 50% tivesse um impacto maior em certos produtos como ferro e aço semi acabados, aeronaves, materiais de construção, etanol e madeira e produtos relacionados, achamos que o impacto econômico geral na economia brasileira é gerenciável”, diz o UBS em relatório. 

“Esperamos que o impacto direto nos lucros corporativos seja contido.”

O banco mantém a visão de que as ações brasileiras estão “atraentes”, em meio a um desempenho sólido dos mercados emergentes impulsionado pela fraqueza do dólar. 

“As ações dos mercados emergentes permanecem descontadas e só recentemente começaram a atrair fluxos de capital, o que poderia sustentar uma perspectiva de médio prazo mais construtiva para a classe de ativos. […] Gostamos do Brasil dadas as avaliações atraentes e o sólido crescimento econômico.”

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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