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E se mudar a meta de inflação, o que acontece? Confira o que diz ex-BC

11 fev 2023, 14:59 - atualizado em 11 fev 2023, 15:13
Campos Neto
Rumor de possível revisão na meta de inflação deste ano às vésperas da reunião do CMN esquenta o debate no mercado sobre o tema; confira (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A meta de inflação continua no centro do debate nos mercados. A proximidade da primeira reunião deste ano do Conselho Monetário Nacional (CMN), na quinta-feira (16), e o rumor de possível revisão do alvo perseguido pelo Banco Central neste ano de 3,25% para 3,50% esquenta a discussão.

Pelo Twitter, o ex-diretor do BC Tony Volpon afirma que qualquer mudança na meta significa “incorporar as preferências do Executivo/presidente” sobre o que deveria ser a inflação média. Confira a postagem:

Volpon se refere às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o descompasso entre a taxa básica de juros, a inflação e as metas da autoridade monetária. Como consequência, Lula também colocou em xeque a autonomia do BCAinda na rede social, Volpon avalia que o BC deveria “brigar” por sua autonomia operacional. 

Nova meta, e aí?

Segundo o ex-diretor do BC durante o governo Temer e na gestão de Ilan Goldfajn, mudar a meta de inflação tem graves consequências. A primeira, obviamente, seria um aumento das taxas nominais ao longo da curva de juros futuros.

Isso porque a decisão em si de mudar a meta de inflação sinaliza, segundo Volpon, possível “leniência” no combate à alta dos preços. Além disso, também pode haver o risco de reincidência por parte do governo Lula.

Assim, Volpon avalia que “é improvável” que haja uma queda imediata dos juros básicos. Ou seja, cortes na Selic só devem ocorrer quando ficar claro que o BC tem apoio para perseguir as novas metas. “Isto é, podem mudar a meta, mas aí o BC tem de ter a autonomia para agir e ancorar as expectativas nas novas metas. E isso não vai acontecer imediatamente”, diz.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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