Opinião

É só cobrar os devedores da previdência?

30 mar 2019, 19:05 - atualizado em 29 mar 2019, 20:13
Agência da Previdência Social (Imagem: Ministério da Economia)

Por Caio Augusto para o Terraço Econômico 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Neste momento o leitor também pode alegar algo que também é verdadeiro: “já ouvi falar que o valor é bem maior do que estes R$50 bilhões”. De fato, o valor total destes devedores é de mais de R$400 bilhões. Logo, imagina-se a reação: “e isso não seria capaz de resolver a situação por completo, então?”. Neste momento entramos na mesma explicação que existe sobre o maior erro da pesquisa anual da Oxfam – erro sobre o qual já escrevemos aqui.

O déficit da previdência é um demonstrativo anual de que as contas não fecham em seu fluxo, considerando as entradas e saídas de cada ano. As dívidas da previdência formam um estoque, montante este que, uma vez zerado, não estará disponível para uso novamente.

Reafirmo: é claro que tais dívidas devem ser cobradas, mas, mesmo que sejam integralmente pagas (e, analisando os devedores, uma parte não desprezível não conseguirá pagar), a questão do déficit (o resultado negativo que ocorre ano a ano) não será resolvida.

Há uma miríade de problemas brasileiros que precisam ser resolvidos além das contas públicas e da previdência – e seria uma irresponsabilidade pensar que apenas a reforma previdenciária será capaz de encaminhar todas essas questões. Mas, se temos uma solução direta e diante de nossos olhos, que é a reforma da previdência, em vez de utilizarmos diversos subterfúgios para evitar a resolução do problema (como “só faz sentido se resolvermos outras coisas antes”), podíamos aproveitar a oportunidade e começar de uma vez a resolver a situação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Caso contrário, teremos apenas a continuidade de uma imensa questão a ser resolvida – e a continuidade do incêndio, mesmo que o hidrante esteja disponível bem diante de nossos olhos.

Neste momento o leitor também pode alegar algo que também é verdadeiro: “já ouvi falar que o valor é bem maior do que estes R$50 bilhões”. De fato, o valor total destes devedores é de mais de R$400 bilhões. Logo, imagina-se a reação: “e isso não seria capaz de resolver a situação por completo, então?”. Neste momento entramos na mesma explicação que existe sobre o maior erro da pesquisa anual da Oxfam – erro sobre o qual já escrevemos aqui.

O déficit da previdência é um demonstrativo anual de que as contas não fecham em seu fluxo, considerando as entradas e saídas de cada ano. As dívidas da previdência formam um estoque, montante este que, uma vez zerado, não estará disponível para uso novamente.

Reafirmo: é claro que tais dívidas devem ser cobradas, mas, mesmo que sejam integralmente pagas (e, analisando os devedores, uma parte não desprezível não conseguirá pagar), a questão do déficit (o resultado negativo que ocorre ano a ano) não será resolvida.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Há uma miríade de problemas brasileiros que precisam ser resolvidos além das contas públicas e da previdência – e seria uma irresponsabilidade pensar que apenas a reforma previdenciária será capaz de encaminhar todas essas questões. Mas, se temos uma solução direta e diante de nossos olhos, que é a reforma da previdência, em vez de utilizarmos diversos subterfúgios para evitar a resolução do problema (como “só faz sentido se resolvermos outras coisas antes”), podíamos aproveitar a oportunidade e começar de uma vez a resolver a situação.

Caso contrário, teremos apenas a continuidade de uma imensa questão a ser resolvida – e a continuidade do incêndio, mesmo que o hidrante esteja disponível bem diante de nossos olhos.

Em tempos de discussão sobre a reforma previdenciária, alguns argumentos surgem para inferir que existem outros caminhos para a além de uma reforma, ou mesmo, mais diretamente, que ela seria desnecessária dado que outras possibilidades estariam facilmente postas à mesa.

Estratégia Luiz Barsi: Veja a nova ação que entrou no radar

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Uma dessas possibilidades – e tenho certeza que você, leitor, já ouviu falar dela – é a de cobrar os devedores da previdência.

Em primeiro lugar, é preciso admitir que os altos valores talvez queiram significar que a cobrança por eles não seja das melhores. Precisamos verificar quais os meios estão sendo utilizados para entender se há eficácia nessa cobrança ou se seria preciso alterar o modo como tem sido feito. Possivelmente, a PEC que está em tramitação a respeito deste assunto possa encaminhar uma solução mais adequada.

Mas, vamos direto aos dados: quanto devem os cem maiores devedores da previdência? Segundo dados de 2017 da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, cerca de R$50 bilhões, conforme ilustra a tabela abaixo:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A tabela acima também pode ser acessada clicando aqui.

Peço que o leitor localize o terceiro maior devedor e confira a imagem a seguir. É a VASP. Veja qual a situação atual e reflita, por um momento, com bastante seriedade: qual a real capacidade de pagamento desta dívida por parte desta empresa?

Neste momento o leitor também pode alegar algo que também é verdadeiro: “já ouvi falar que o valor é bem maior do que estes R$50 bilhões”. De fato, o valor total destes devedores é de mais de R$400 bilhões. Logo, imagina-se a reação: “e isso não seria capaz de resolver a situação por completo, então?”. Neste momento entramos na mesma explicação que existe sobre o maior erro da pesquisa anual da Oxfam.

O déficit da previdência é um demonstrativo anual de que as contas não fecham em seu fluxo, considerando as entradas e saídas de cada ano. As dívidas da previdência formam um estoque, montante este que, uma vez zerado, não estará disponível para uso novamente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Reafirmo: é claro que tais dívidas devem ser cobradas, mas, mesmo que sejam integralmente pagas (e, analisando os devedores, uma parte não desprezível não conseguirá pagar), a questão do déficit (o resultado negativo que ocorre ano a ano) não será resolvida.

Há uma miríade de problemas brasileiros que precisam ser resolvidos além das contas públicas e da previdência – e seria uma irresponsabilidade pensar que apenas a reforma previdenciária será capaz de encaminhar todas essas questões. Mas, se temos uma solução direta e diante de nossos olhos, que é a reforma da previdência, em vez de utilizarmos diversos subterfúgios para evitar a resolução do problema (como “só faz sentido se resolvermos outras coisas antes”), podíamos aproveitar a oportunidade e começar de uma vez a resolver a situação.

Caso contrário, teremos apenas a continuidade de uma imensa questão a ser resolvida – e a continuidade do incêndio, mesmo que o hidrante esteja disponível bem diante de nossos olhos.

Compartilhar

terraco.economico@moneytimes.com.br