Recessão

Economia da Alemanha deve encolher 0,3% este ano, estima câmara de Comércio e Indústria

27 maio 2025, 5:04 - atualizado em 27 maio 2025, 6:13
economia da alemanha
Apesar de previsão de queda, cenário de pessimismo já foi pior na Alemanha (Imagem: Unsplash/Kevin Woblick)

A Câmara Alemã de Comércio e Indústria (DIHK, na sigla em alemão) prevê uma recessão no país em 2025, com a economia local enfrentando uma contração de 0,3%, o que seria o terceiro ano seguido com Produto Interno Bruto (PIB) negativo, o período mais longo de fraqueza econômica desde o pós-guerra.

Apesar da análise recessiva para a Alemanha anunciada nesta terça-feira (27), a DIHK já foi mais pessimista em suas estimativas. Em fevereiro, a previsão era que o ano terminasse com uma contração de 0,5%, que foi reduzida após um primeiro trimestre considerado promissor.

Os três primeiros meses de 2025 foram significativamente mais forte do que o esperado, impulsionado por exportações e adiantamento de produção industrial antes da imposição de tarifas pelos Estados Unidos.

A Alemanha é a maior economia europeia e a terceira do mundo, atrás apenas de EUA e China.

Os EUA foram o maior parceiro comercial da Alemanha em 2024, com um comércio bilateral de bens totalizando US$ 288 bilhões. Por isso, a expectativa inicial era de que a Alemanha fosse fortemente afetada pelas tarifas devido à sua economia orientada para exportações.

A DIHK prevê que as exportações alemãs diminuam 2,5% em 2025, também marcando o terceiro ano consecutivo de queda.

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Humor das empresas em baixa

Uma pesquisa da DIHK, realizada com 23 mil empresas alemãs de todos os setores, mostrou que 29% delas esperam queda nas exportações nos próximos 12 meses, enquanto apenas 19% preveem aumento.

A economia alemã continua enfrentando um clima pessimista entre as empresas, com o índice de sentimento empresarial marcando 94,9 na pesquisa mais recente. Valores abaixo de 100 indicam que há mais pessimistas do que otimistas.

“As empresas ainda estão esperando sinais de progresso,” disse a diretora-geral da DIHK, Helena Melnikov, pedindo ação política urgente.

Segundo Melnikov, como a pesquisa foi realizada entre o final de março e o final de abril, antes de o novo governo assumir, esse termômetro servirá como base para interpretar as respostas das empresas às primeiras medidas econômicas da coalizão formada pelo conservador Friedrich Merz.

Com informações Reuters

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fernando.antunes.ext@moneytimes.com.br