Internacional

Economia da China desacelera em agosto e lança dúvidas sobre meta de crescimento

15 set 2025, 4:23 - atualizado em 15 set 2025, 4:23
china EUA tarifas Na fixação mensal desta segunda-feira, a China manteve a taxa primária de empréstimo de um ano (LPR) em 3,1%, enquanto a LPR de cinco anos ficou em 3,6%
Produção industrial da China em agosto cresceu menos do que o esperado (Getty Images Signature/Canva Pro)

A produção industrial e as vendas no varejo da China apresentaram em agosto o crescimento mais fraco desde o ano passado, mantendo a pressão sobre o governo chinês para adotar mais estímulos a fim de evitar uma forte desaceleração na segunda maior economia do mundo.

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Os dados decepcionantes dividiram os economistas quanto à necessidade de apoio fiscal adicional no curto prazo para alcançar a meta anual de crescimento de “cerca de 5%”. Fabricantes aguardam mais clareza sobre um acordo comercial com os Estados Unidos, enquanto a demanda interna permanece contida por um mercado de trabalho instável e a crise no setor imobiliário.

A produção industrial cresceu 5,2% em relação ao ano anterior, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas divulgados nesta segunda-feira (15), a leitura mais baixa desde agosto de 2024 e inferior ao aumento de 5,7% registrado em julho. Também ficou abaixo da previsão de 5,7% em uma pesquisa da Reuters.

As vendas no varejo, um indicador do consumo, cresceram 3,4% em agosto, o ritmo mais lento desde novembro de 2024, desacelerando em relação ao aumento de 3,7% do mês anterior. Ficaram aquém da expectativa de um avanço de 3,9%.

“O início forte do ano ainda mantém a meta de crescimento deste ano ao alcance, mas, assim como aconteceu no mesmo período do ano passado, mais estímulos podem ser necessários para garantir um final forte”, disse Lynn Song, economista-chefe para a Grande China no ING.

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“Embora ainda seja cedo para avaliar o impacto dos subsídios de empréstimos ao consumidor que entraram em vigor em setembro, é provável que mais apoio de políticas seja necessário, dado o amplo enfraquecimento em todos os setores. Continuamos vendo alta probabilidade de mais um corte de 10 pontos-base na taxa de juros e um corte de 50 pontos-base no compulsório nas próximas semanas”.

O investimento em ativos fixos também cresceu apenas 0,5% nos primeiros oito meses do ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior, abaixo do crescimento de 1,6% entre janeiro e julho, seu pior desempenho fora do período da pandemia.

As autoridades estão pressionando os fabricantes a encontrar novos mercados para compensar a política comercial imprevisível do presidente dos EUA, Donald Trump, e o fraco consumo interno.

Dados separados divulgados neste mês mostraram que algumas fábricas conseguiram redirecionar embarques originalmente destinados aos EUA para o Sudeste Asiático, África e América Latina, mas os impactos da crise imobiliária continuam a neutralizar os esforços para estabilizar a economia.

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Zhaopeng Xing, estrategista sênior para a China no ANZ, afirmou que, embora os dados mostrem que o momento da economia chinesa está enfraquecendo, ainda não são ruins o suficiente para justificar uma nova rodada de estímulos.

“Espera-se que as políticas e medidas de apoio ao consumo de serviços compensem o impacto da demanda agregada neste mês”, disse ele, acrescentando que uma repressão oficial a empresas que vinham reduzindo preços agressivamente fez a demanda doméstica parecer pior do que realmente está.

Pressão sobre as famílias

As famílias chinesas, que viram seu patrimônio diminuir com a crise no setor imobiliário, apertaram o cinto à medida que a confiança empresarial enfraqueceu, prejudicando o mercado de trabalho.

O desemprego subiu para 5,3% em agosto (maior nível em seis meses) ante 5,2% em julho e 5,0% em junho.

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Enquanto isso, os preços dos imóveis novos caíram 0,3% em relação a julho e 2,5% na comparação anual, segundo outro conjunto de dados do Escritório Nacional de Estatísticas.

“Esperávamos que o crescimento das vendas no varejo se mantivesse acima de 4% antes de setembro, com os subsídios ao consumidor, então o que vimos nos últimos meses foi uma decepção”, disse Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit.

Xu afirmou que os principais indicadores econômicos da China podem piorar no quarto trimestre devido aos chamados efeitos de base. As autoridades costumam recorrer a estímulos adicionais no final do ano para garantir que a meta de crescimento seja atingida.

“Isso aumenta a probabilidade de estímulos no quarto trimestre, incluindo afrouxamento monetário, antecipação da emissão de dívida para este ano e, possivelmente, expansão fiscal”, acrescentou.

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Zheng Shanjie, chefe da agência estatal de planejamento da China, afirmou na semana passada que Pequim fará pleno uso das políticas fiscal e monetária e melhorará seu arsenal de medidas para atingir as metas anuais.

O clima também não ajudou: a atividade industrial foi impactada pelas condições mais quentes desde 1961 e pela temporada de chuvas mais longa no mesmo período.

“Mas há obstáculos mais fundamentais também, como o enfraquecimento do apoio fiscal e os esforços para conter o excesso de capacidade”, disse Zichun Huang, economista para a China na Capital Economics.

“Embora os dados fracos possam levar a algum relaxamento adicional da política nos próximos meses, é provável que isso não seja suficiente para reverter a situação”, acrescentou.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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