Economista projeta corte da Selic apenas em 2026 e destaca tom mais duro do BC
A prévia da inflação do Brasil voltou a acelerar em setembro e influencia para um dia mais negativo no desempenho do mercado. Com o índice ainda acima da meta, a tendência é que o Banco Central (BC) mantenha o tom duro em relação aos juros em 2025, segundo especialista.
No Giro do Mercado desta quinta-feira (25), a jornalista Paula Comassetto recebeu Andrea Damico, fundadora e economista-chefe da Buysidebrazil, para comentar sobre as expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e para a Selic nos próximos meses.
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Damico destacou o tom do BC nas últimas comunicações ao mercado. “A probabilidade de corte em dezembro era de 60% e em janeiro, 40%. Agora esse balanço se inverteu. Dezembro não virou zero, mas hoje eu diria que há 60% de chance de corte só em janeiro”, afirmou.
A economista também chamou atenção para o tom considerado mais duro do que o esperado, com o BC mantendo a projeção de inflação em 3,4% para 2027, apesar da apreciação cambial e da queda do petróleo.
Apesar da aceleração na inflação e dá postura mais cautelosa da autoridade monetária, a especialista vê melhora qualitativa nos dados do IPCA.
“Apesar da alta de 0,48%, a média dos núcleos rompeu o 0,20% e ficou em 0,19%. Isso mostra uma leitura mais construtiva para a inflação”, disse.
Ela apontou que o alívio deve continuar nos próximos meses com bens industriais e a deflação exportada pela China, além de sinais de que os serviços podem começar a reagir à política monetária a partir de outubro.
No cenário internacional, a economista avaliou que, apesar do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no segundo trimestre ter surpreendido positivamente (3,8%), o Federal Reserve (Fed) deve manter os três cortes de juros sinalizados.
“O que pesa mais para o Fed é o mercado de trabalho. Enquanto o payroll seguir abaixo de 50 mil vagas, o ritmo de cortes está garantido”, afirmou.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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