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Educação: Quais ações ganhariam mais com retomada de incentivos no governo Lula?

01 nov 2022, 18:46 - atualizado em 01 nov 2022, 18:46
BTG
Para analistas, o setor de educação é um dos mais beneficiados com a volta de Lula, sob perspectiva de maiores incentivos por parte do governo (Imagem: Pixabay/@jarmoluk)

As ações do setor de educação, junto com os papéis das construtoras brasileiras, receberam maior atenção ao longo do processo eleitoral.

Com investidores avaliando as chances de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer as eleições contra Jair Bolsonaro (PL) – confirmado no domingo (1º), após o petista ser eleito para seu terceiro mandato com 50,9% dos votos válidos -, as empresas educacionais chegaram a ser destaque positivo do Ibovespa em setembro.

Houve uma correção no mês seguinte, uma vez que os resultados do primeiro turno sinalizaram uma disputa mais acirrada que o esperado.

Nesta semana, nos dois pregões pós-segundo turno, as ações voltaram a sustentar alta.

Para analistas, o setor de educação é um dos mais beneficiados com a volta de Lula, sob perspectiva de maiores incentivos por parte do governo.

Apesar da euforia, o Itaú BBA reforça que a retomada de programas de financiamento estudantil ainda é tópico incipiente. Existem certos detalhes envolvendo os planos do próximo governo que ainda precisam ser anunciados, destaca.

Mesmo assim, é possível traçar as potenciais implicações para as companhias educacionais, caso os programas de financiamento sejam ampliados. O BBA mapeou três delas:

  • tickets mais sustentáveis;
  • aumento da base de estudantes; e
  • maior capacidade de utilização.

Segundo o BBA, as mudanças no Fies e a consequente sobreoferta dos cursos presenciais de educação superior criaram dinâmicas desafiadoras para os tickets em toda a indústria.

“Vimos múltiplas companhias aumentando os descontos para atrair estudantes nos anos recentes. Em um cenário com um forte programa de financiamento estudantil, semelhante ao que o Fies era no passado, acreditamos que seriam fixados níveis mínimos de mensalidades, visto que estudantes de renda mais baixa poderiam se matricular em cursos por meio do programa”, pontua.

Dentro desse cenário, as empresas do setor de educação poderiam adotar níveis de desconto mais razoáveis e, consequentemente, reportar tickets médios mais saudáveis, completa o BBA.

Investimentos maiores no setor também implicam em crescimento da base estudantil, que tem caído nas instituições de ensino superior desde que as mudanças no Fies começaram em 2014. O fortalecimento de programas de financiamento permitiria que estudantes de baixa renda, atualmente fora do sistema, retornassem aos cursos.

Os níveis de utilização também aumentariam, gerando uso mais eficiente da infraestrutura e maior alavancagem operacional – consequentemente, resultando em melhor rentabilidade, dizem analistas do BBA.

Quem sai mais beneficiado?

Todo o setor de educação se beneficiaria com a implementação de um programa de financiamento estudantil mais amplo, reforça o BBA. A diferença está no grau de benefício.

De acordo com o BBA, considerando que uma das consequências seja a inclusão dos estudantes que foram deixados para trás no sistema por questões financeiras, “é razoável esperar que as companhias focadas em estudantes de menor renda vejam um aumento mais significativo na base estudantil”.

Levando isso em consideração, as empresas listadas na Bolsa que se beneficiariam mais seriam Ser Educacional (SEER3), Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3).

O BBA ressalta que uma reformulação do Fies pode sair diferente do formato visto no início dos anos 2010. O cenário fiscal brasileiro é outro, de maior limitação de gastos do governo com educação.

Nesse sentido, o BBA avalia que o governo buscaria aumentar o financiamento em regiões de menor penetração do ensino superior, como Norte e Nordeste. Ser, Yduqs e Cogna seriam as mais beneficiadas, repete a instituição.

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Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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