Meio Ambiente

El Niño continua adormecido mesmo com aquecimento do Pacífico

09 jan 2020, 15:14 - atualizado em 09 jan 2020, 15:14
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O Brasil já sofre com a falta de chuvas em algumas regiões produtoras de milho e soja (Imagem: Unsplash/@timothyfiji)

O Oceano Pacífico ficou mais quente, mas não o suficiente para ativar um El Niño que poderia afetar plantações na América Latina, Ásia e África. As chances de uma mudança são de cerca de 30%.

“É algo que estamos de olho, mas não estamos preocupados”, disse Michelle L’Heureux, meteorologista para EUA do Centro de Previsão Climática em College Park, Maryland.

Ainda assim, as previsões tornam-se mais difíceis no período de março, abril e maio, o qual meteorologistas chamam de “barreira da primavera”.

Se o El Niño surgir nesses meses, coincidiria com o período em que as culturas do hemisfério sul estão amadurecendo e sendo colhidas. No passado, fortes passagens do El Niño reduziram a colheita de cacau e café na Ásia e na África com a seca, causaram estiagem e calor no Brasil e inundaram a Argentina.

O Brasil já sofre com a falta de chuvas em algumas regiões produtoras de milho e soja.

A superfície do Pacífico registra calor suficiente para quase atender aos critérios de um El Niño, mas a atmosfera acima dela não reagiu, disse L’Heureux por telefone. A corrente de jato e certos padrões climáticos globais precisam reagir para que os EUA declararem a ocorrência de um El Niño em andamento.

Uniformemente quente

A falta de atividade na atmosfera pode ser explicada porque a superfície do Pacífico está uniformemente quente. Para criar o tipo de tempestade e provocar uma reação da atmosfera, é preciso haver um gradiente entre as partes quentes e frias do oceano, disse L’Heureux.

Outro fator é que o dipolo do Oceano Índico, um fenômeno semelhante ao El Niño naquela bacia, permaneceu forte até recentemente. O dipolo é parcialmente responsável pelas condições quentes e secas que alimentaram incêndios na Austrália desde outubro.

Nas últimas semanas, o dipolo quebrou “rapidamente” e houve um aumento das fortes chuvas na Indonésia, sinais de que padrões globais mais amplos podem estar se deslocando, disse. “Parece que as coisas estão mudando”, disse L’Heureux. “Vamos ver.”

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