Eleições 2022

Eleição definida? 95% dos eleitores dizem ter certeza de voto; veja o que pode mudar

20 out 2022, 7:30 - atualizado em 20 out 2022, 7:00
Apoiadores de Lula e Bolsonaro se manifestam em Brasília
Pesquisas não mostram apenas a intenção de votos na eleição, mas aonde pode estar a mudança de resultado. Entenda quem pode decidir (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Divulgadas nesta terça-feira (18) e quarta-feira (19), as pesquisas do Ipespe/Abrapel, Quaest/Genial e Datafolha mostram não apenas os números de intenção de voto para presidente da República no segundo turno das eleições, mas aonde pode estar a chance de virada.

Segundo a pesquisa do Ipespe, 66% das pessoas tem muito interesse na eleição para presidente. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro esse número é de 76%, enquanto 66% dos eleitores de Lula dizem ter um interesse alto pela disputa.

Eleitores estão decididos em quem votar, mas eles irão votar?

A margem é pequena entre os dois candidatos em termos de rejeição. No mesmo levantamento, encomendado pela Abrapel, 47% dizem votar com certeza em Lula e 42% o mesmo de Bolsonaro. Já aqueles que declaram não votar nos candidatos são 45% em relação ao ex-presidente e 48% ao atual presidente.

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira mostra que 94% dos eleitores estão totalmente decididos sobre o voto para presidente da República, e apenas 6% admitem mudar de escolha.

A certeza do voto é praticamente igual entre eleitores de Lula e Bolsonaro. Considerando os simpatizantes da candidatura do petista, 94% estão certos da escolha, ante 95% na pesquisa passada. Os convictos de Bolsonaro, por sua vez, somam 95%, sendo que eram 94% no último levantamento.

Quem não votou no primeiro turno?

No primeiro turno das eleições, a abstenção foi mais alta entre homens, jovens e menos escolarizados. Em relação à faixa etária com voto obrigatório (18 a 70 anos), proporcionalmente, o grupo entre 21 e 24 anos registrou o maior índice, com 23,39%.

Em números absolutos, o público entre 25 e 29 anos foi quem mais deixou de votar com 3.544.146 eleitores deixando de compareceram às urnas.

No quesito escolaridade, proporcionalmente, o grupo dos que leem e escrevem tem 31,38% de eleitores que não votaram.

Como o voto é facultativo para analfabetos, de 52,08% deixou de votar no primeiro turno. Os que possuem ensino fundamental incompleto formam o maior grupo em números absolutos, quando 8.561.877 deixaram de votar.

Em relação ao gênero, homens registram abstenção de 22%, enquanto mulheres, de 20%. No país, dos 156,4 milhões de eleitores aptos para as eleições deste ano, 20,91% não registraram o voto, ou seja, 32,7 milhões.

Para o cientista político Antonio Lavareda, a maior abstenção entre os jovens é um fenômeno mundial, geralmente ligado ao maior desinteresse dessa faixa etária pela política. Já a questão da escolaridade, para o cientista político, está intimamente ligada à renda.

“Esse segmento alimenta a maior porção dos 32 milhões que se abstiveram. Eu denomino de abstenção compulsória. São pessoas que não têm condições de ir votar por causa do preço do transporte. Para essas pessoas, tirar do bolso R$4, R$ 8 para votar significa tirar comida da mesa. No caso das mulheres chefes de família, ir votar e fazer o quê com os filhos? Não tem creche aberta no domingo”, exemplifica o especialista.

O percentual de abstenção nas eleições brasileiras costuma aumentar entre o primeiro e o segundo turno. Em 2018, por exemplo, foi de 20,32% para 21,29%. A possível ausência dos eleitores pode ser um problema para as duas campanhas.

“A campanha do Lula deve continuar com a preocupação com abstenção porque é concentrada na base da pirâmide, dos mais pobres, ruim para Lula. Já Bolsonaro se preocupa com a abstenção da classe média, por conta do feriadão”, destaca.

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Formado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, é editor de política, macroeconomia e Brasil do Money Times. Com passagens pelas redações de SBT, Record, UOL e CNN Brasil, atuou como produtor, repórter e editor.
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