Eleições

Eleições 2022: Bolsonaro e Lula miram rejeição e transferência de voto em campanha do 2º turno

07 out 2022, 17:58 - atualizado em 07 out 2022, 17:58
Jair Bolsonaro
Bolsonaro e Lula parte para o ataque para aumentar rejeição do adversário, mas transferência de voto é pouco provável (Imagem: TV Band)

Começou nesta sexta-feira (7) a divulgação das propagandas eleitorais gratuitas na televisão e no rádio para o segundo turno das eleições presidenciais. Mas a campanha teve início ainda no domingo (2), minutos depois que os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) tiveram a confirmação que a disputa será entre eles.

Já no discurso após a confirmação do resultado do primeiro turno, tanto Lula quanto Bolsonaro iniciaram suas narrativas pensando no próximo dia 30 de outubro, quando será realizado o segundo turno das eleições. Nos dias que se seguiram os dois candidatos também já começaram a buscar apoio de outros candidatos e partidos.

“Claramente, são duas propostas diferentes. Dois líderes de massa diferentes. Dois governos diferentes. Duas visões de mundo diferentes. O eleitor não terá dificuldade de diferenciar uma coisa da outra”, afirma Cleber Benvegnú, colunista do Money Times e especialista em gestão de imagem.

“Lula está mais perto numericamente da vitória, mas Bolsonaro avançou muitas casas politicamente – com o resultado do primeiro turno, contrariando as pesquisas, e já nos primeiros dias do segundo turno”, analisa o consultor político.

Foco é no aumento da rejeição

Para o cientista político Bruno Soller, a campanha do segundo turno será negativa, visando o eleitor que não teve nenhum dos dois candidatos como primeira escolha.

“Assim, as campanhas buscam atingir ao máximo o adversário para que o eleitor, na hora da escolha, escolha aquela que menos desagrada. Então, as campanhas acabam apelando muito pra isso”, explica.

Para Soller, o resultado do primeiro turno deve ser visto como um fator determinante para o posicionamento das campanhas. “Basicamente houve um segundo turno no primeiro já que o voto da terceira via foi o mais insignificante dos últimos anos”, emenda.

Ele se refere aos candidatos derrotados Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), que tiveram somados, 7% dos votos.

Benvegnú concorda que esse será o mote das campanhas no segundo turno será negativo. “Não há outro caminho. Política é sobre o que você aprova, mas também sobre o que você rejeita”, afirma.

Além disso, o colunista lembra que a rejeição movimenta mais o eleitor do que eventual adesão.

Apoio e transferência de voto

Apesar de tanto Lula quanto Bolsonaro correrem para conseguiu o maior número de adesão às suas candidaturas, Benvegnú não vê impacto desses apoios no número total de votos.

“Político não transmite votos como outrora, ao menos não automaticamente. O eleitor é independente, está muito mais informado e muito mais politizado”, explica.

Ainda assim, ele observa que os apoios geram uma percepção simbólica muito forte. “Mas não é isso que decide, claro”, emenda.

Soller também avalia que o simples apoio de um candidato não é certeza de transferência de voto. “Os apoios mostram um pouco de pluralidade, mas no ponto de vista de voto é uma outra circunstância”, diz.

Como exemplo, ele cita que Simone teve, em São Paulo, um voto mais da classe média, o que dificilmente deve ir para o Lula. Trata-se de algo diferente dos votos do Nordeste em Ciro, que devem migrar para o petista.

“Mas é muito difícil ter certeza desse movimento de votos de um candidato ao outro pelo simples apoio que ele mostra”, ressalta o cientista político.

Não é bem assim…

Apesar da dificuldade de conquistar votos devido ao apoio, o cientista político Renato Dolci acredita que Bolsonaro conseguiu sair na frente. Afinal, em termos de proximidade com os eleitores, os governadores têm mais representatividade que os candidatos à Presidência.

“É difícil determinar se apoio traz migração de voto. Mostrar publicamente apoio é sempre relevante, mas isso não significa que vai haver votos migrando, principalmente nessas eleições”, destacou Dolci.

Nesse sentido, Bolsonaro parece ter mais impacto. “Os apoios dos governadores acabam sendo mais relevantes porque eles estão mais próximos dos seus estados, muitos até em campanha”.

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Formado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, é editor de política, macroeconomia e Brasil do Money Times. Com passagens pelas redações de SBT, Record, UOL e CNN Brasil, atuou como produtor, repórter e editor.
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Formado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, é editor de política, macroeconomia e Brasil do Money Times. Com passagens pelas redações de SBT, Record, UOL e CNN Brasil, atuou como produtor, repórter e editor.
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