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Eletrobras (ELET3) faz nova advertência a Gasparino em meio à disputa acirrada por vagas no conselho

28 abr 2025, 9:48 - atualizado em 28 abr 2025, 9:48
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O conselheiro Marcelo Gasparini recebeu sua terceira advertência por publicações em rede social (Imagem: Ag. Brasil/ Fernando Frazão)

A Eletrobras (ELET3) emitiu a terceira advertência ao conselheiro Marcelo Gasparino após novas publicações feitas por ele em rede social na última semana, em meio à acirrada disputa por vagas no conselho de administração da companhia que será eleito em assembleia nesta semana.

Segundo comunicado divulgado pela Eletrobras no domingo, a última advertência a Gasparino foi deliberada por unanimidade entre os demais membros de seu colegiado, em razão de “infração grave” às normas legais e internas da companhia.

Gasparino não foi indicado pela administração da Eletrobras para recondução ao colegiado, que passará pela primeira grande reformulação desde a privatização da companhia, em 2022. Apesar disso, ele concorre na disputa como indicado pelos acionistas Geração L. Par, Tempo Capital Principal, RPS e Clave.

Gasparino, que já participou de conselhos de várias grandes companhias e hoje é também conselheiro da Vale e do Banco do Brasil, tem criticado abertamente outros conselheiros da Eletrobras em sua conta pessoal do LinkedIn e pedido votos para eleição dele e de José João Abdalla Filho, um importante acionista individual da Eletrobras e que também concorrente ao posto de conselheiro.

Uma primeira advertência foi emitida pela Eletrobras no fim de março, por publicações de Gasparino no LinkedIn feitas pouco antes da companhia divulgar sua proposta para a assembleia de acionistas, com uma lista recomendada de candidatos para composição do conselho.

De acordo com a Eletrobras, essas publicações, nas quais Gasparino fala, por exemplo, sobre supostas dinâmicas internas envolvendo acionistas-conselheiros e deliberações sobre temas dentro do colegiado, “não guardam relação com a veracidade dos fatos ocorridos e registrados em atas”.

O teor delas também configura “desrespeito ao sistema de governança corporativa da companhia e às regras de relacionamento entre os agentes” e “risco de afetação negativa da confiança no conselho de administração e da reputação e imagem da Eletrobras”, disse a empresa.

Uma segunda advertência foi emitida pela Eletrobras em 16 de abril, em função de novas publicações no LinkedIn em que Gasparino compartilha documentos confidenciais e sigilosos da companhia. A empresa também cita “reincidência de conduta de externar críticas públicas a decisões regularmente aprovadas pelo conselho”.

Na terceira advertência, também motivada por publicações no LinkedIn, a Eletrobras aponta que Gasparino compartilhou com jornalista “documentos de caráter confidencial e sigiloso envolvendo o processo de avaliação do conselho de administração e seus membros”.

Segundo a Eletrobras, essa divulgação “expôs novamente a empresa de maneira consistente a riscos jurídicos e danos à sua reputação”.

Procurado, Gasparino não comentou imediatamente.

A publicação de Gasparino sobre a conversa com a jornalista da Folha de S.Paulo foi também alvo de críticas da Abraji, associação de jornalismo investigativo do Brasil, que afirmou “repudiar” a exposição dada pelo executivo à profissional em seu perfil na rede social.

Nas últimas semanas, a Eletrobras publicou também cartas direcionadas a acionistas, nas quais já criticava pronunciamentos “oportunísticos, midiáticos e intempestivos”, embora sem citar nominalmente Gasparino.

Além de Gasparino e Abdalla, dois outros nomes também estão concorrendo a uma vaga no conselho da Eletrobras fora da lista recomendada pela empresa. A

fonso Henriques Moreira Santos foi indicado pelo Banco Clássico, de Abdalla. Já Rachel Maia foi sugerida pelo mesmo grupo que indicou Gasparino, mas para a votação separada de preferencialistas, na qual concorre com Pedro Batista, da gestora Radar.

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reuters@moneytimes.com.br