Eletrobras (ELET6): BofA arranca R$ 9 do preço-alvo; ainda vale a compra?

O Bank of America ficou pouco mais pessimista com as ações da Eletrobras, com corte do preço-alvo de R$ 57 para R$ 53 para as ordinárias (ELET3) e de R$ 69 para R$ 60 nas preferenciais classe B (ELET6). Apesar disso, a recomendação segue de compra.
O potencial em relação ao último fechamento para ELET6 é de 27% e de 24% para ELET3.
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Segundo os analistas, há um aumento da volatilidade dos preços de energia, o que pode gerar impactos para a companhia.
Além disso, a empresa encaminhou a aprovação de um novo conselho e resolveu a disputa com o Governo, que se arrastava desde 2023. Com isso, o prêmio de risco dos papéis diminuiu.
O BofA também incorporou a defasagem nos resultados trimestrais anteriores e aumentou o custo de nova dívida, assumindo um spread de 70 pontos-base em relação aos rendimentos dos títulos de longo prazo brasileiros (“NTN-B”).
Apesar disso, o banco continua otimista com a ação. Ele cita dois pontos:
- a reestruturação ainda em andamento (simplificação de ativos e corte de custos);
- alta dos preços da energia no Brasil.
“O recente aumento da volatilidade e as necessidades de capacidade energética devem se traduzir em níveis mais altos. Em nossa opinião, a Eletrobras é um dos nomes mais bem posicionados para capturar esses benefícios”, diz o relatório.
Além disso, a alta exposição da Eletrobras em ativos hidrelétricos (98% da capacidade da ELET) pode resultar em um prêmio, dada uma geração mais confiável em comparação com as renováveis.
A questão agora, segundo o BofA, é em que momento as altas dos preços vão se materializar nos contratos.
Ao preço atual, o BofA vê a Eletrobras sendo negociada a uma TIR (taxa interna de retorno) real de 12,5% (duração do fluxo de caixa de 7,4 anos) e uma relação EV/Ebitda (valor da empresa sobre resultado operacional) de 10-8x entre 25 e 26 anos.
“Vemos um risco potencial de queda de 4% para o Ebitda consensual entre 25 e 26 anos, mas vemos uma queda limitada no preço atual das ações, mesmo em nosso cenário de baixa”.
Resultados fracos da Eletrobras
O mercado reagiu mal aos resultados do primeiro trimestre, divulgado na semana retrasada.
A companhia elétrica teve um prejuízo líquido de R$ 354 milhões no 1T25, revertendo o lucro de R$ 331 milhões do mesmo período em 2024.
O resultado negativo deve-se à reversão de R$ 952 milhões na subsidiária Chesf de parte do valor reconhecido como remensuração regulatória em 2024 após os processos de Revisão Tarifária Periódica dos contratos de transmissão.
Na visão do BTG Pactual, os preços mais baixos de energia no Norte e no Nordeste foi um dos motivos para os números “mais fracos”, com destaque para o Ebitda regulatório ajustado que ficou 11% abaixo da estimativa do banco.
“A perda foi impulsionada por maiores custos de compra de energia (R$ 1,56 bilhão vs. nossa projeção de R$ 743 milhões e R$ 737 milhões), parcialmente explicado por menores preços de energia no Norte e Nordeste, o que levou a uma perda de R$ 303 milhões no trimestre”, disse o banco em relatório.
Nesta terça-feira (27), ELET6 encerrou a sessão com alta de 1,11%, a R$ 47,18.