Venda da Eletronuclear reforça tese da Eletrobras (ELET3), diz especialista; possível ‘bolha da IA’ no radar do mercado americano
A venda da Eletronuclear para a J&F é um passo importante na reestruturação da Eletrobras (ELET3;ELET6) e reforça o movimento positivo das ações, afirmou Júlio Borba, analista da Options Research.
No Giro do Mercado desta quarta-feira (15), apresentado pela jornalista Paula Comassetto, o especialista comentou sobre o anúncio que movimentou o mercado e trouxe otimismo para os investidores da Eletrobras.
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Segundo Borba, o mercado já acompanhava há algum tempo a movimentação da companhia em torno da operação nuclear, herdada por um projeto do governo.
Apesar de citar o projeto como importante para a segurança energética e segurança nacional, o analista ressalta que não se tratava de uma linha lucrativa, demandando investimento pesado.
“É um negócio que tem mais interesse de Estado ou precisaria ser vendido. E basicamente é isso que a Eletrobras fez, com essa venda dos direitos da Eletronuclear para a J&F”, disse.
Para o analista, a operação traz benefícios importantes à empresa, tanto da perspectiva de geração de caixa quanto da redução do risco para a tese de investimento.
A Options Research segue otimista com a companhia, que integra as carteiras recomendadas pela casa. Entre os pontos que sustentam a tese, Borba destacou os ativos sólidos — tanto de geração como de transmissão de energia — e o processo de saída do regime de cotas.
“Com essas reduções de custos e despesas, ela também consegue liberar espaço para maior lucro, maiores dividendos, maiores investimentos, também redução da dívida dela, que era bem elevada antes”, afirmou.
Mercado internacional de olho em ‘bolha da IA’
Além do cenário doméstico, Borba também comentou sobre o cenário internacional. O analista manifestou preocupação para o risco da formação de uma bolha constituída pelas empresas ligadas à inteligência artificial (IA). O analista comparou o momento atual à bolha da internet no início dos anos 2000.
“Tinha muita empresa superprecificada, com valuation exagerado. Depois que a bolha explodiu, todas elas caíram ali em 90%, mais ou menos, e depois algumas acabaram falindo”, disse Borba, lembrando que apenas poucas companhias conseguiram prosperar.
De acordo com o especialista, o mesmo movimento pode se repetir agora, com a disputa se afunilando e os “vencedores” se mostrando em breve. A medida que o mercado identificar vencedores e perdedores, os preços podem se ajustar rapidamente.
“Conforme formos descobrindo quem são os perdedores dessa corrida, o mercado vai parar de oferecer um valor tão alto nessas ações. Elas não vão ter mais onde tirar dinheiro, não vão ter como captar mais no mercado de ações para fazer esses investimentos”, afirmou.
O programa ainda abordou o desempenho e as dificuldades da B3 (B3SA3), o momento dos mercados globais e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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