Política

Em comício em São Paulo, Lula alerta contra mentiras, inclusive nas igrejas

20 ago 2022, 15:15 - atualizado em 20 ago 2022, 15:15

Em um sábado de frio e com ameaça de chuva, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez seu primeiro comício de campanha em São Paulo e pediu para que seus apoiadores ajudem a combater as mentiras na campanha, inclusive dentro das igrejas.

“A gente não pode sossegar. Faltam 43 dias. A gente não pode deixar passar nenhuma mentira e também não passar para frente nenhuma mentira. É preciso deletar as mentiras”, disse Lula no Vale do Anhangabaú, no centro da capital paulista.

“A gente vai ter ocupar cada rua, cada praça, cada loja, cada porta de fábrica. A gente vai ter que falar, não deixar que a mentira ganhe de verdade, porque a mentira é muito mais rápida”, acrescentou.

Enfrentando notícias falsas que estão sendo espalhadas entre o público evangélico, o PT viu o presidente Jair Bolsonaro (PL) crescer entre esses religiosos. Recentemente o deputado Marco Feliciano (PL-SP), que é pastor e do mesmo partido do presidente, admitiu à rádio CBN que tem “alertado seu rebanho”, mesmo sem evidências, que Lula poderia fechar igrejas evangélicas caso fosse eleito.

Pesquisa Datafolha divulgada quinta-feira mostrou que Bolsonaro passou de 43%, no final de julho, para 49% no segmento evangélico, enquanto Lula oscilou de 33% para 32%. Já no levantamento geral, o petista tem 47% contra 32% do presidente.

Apesar de dizer que não vai fazer uma estratégica específica para os evangélicos, Lula tem falado seguidamente no assunto para desmentir as notícias falsas.

“Se o pastor estiver falando coisa séria, a gente respeita. Mas se ele estiver mentindo, a gente tem que enfrentá-lo… Em nome de Deus não se pode contar mentira nem aqui e nem em lugar algum do mundo”, afirmou.

“Eu defendo o Estado laico. O Estado não tem que ter religião. Todas as religiões têm que ser defendidas pelo Estado, mas… as igrejas não têm que ter partido político, porque as igreja têm que cuidar da fé e da espiritualidade das pessoas e não cuidar de candidaturas de falsos profetas.”

Para um público estimado pela organização em cerca de 70 mil pessoas, Lula mandou recados a seu principal adversário na corrida pelo Planalto. Acusou o governo de tentar “comprar votos” com os bilhões alocados no aumento do valor do Auxílio Brasil, na redução do preço da gasolina e em outros programas criados nos últimos meses para tentar melhorar os índices eleitorais do presidente.

“Meu caro capitão, esse povo não é besta como você pensa. Esse povo é sabido, esse povo conhece vocês e me conhece”, discursou, pedindo que as pessoas pegassem o recurso extra do Auxílio Brasil e comprassem comida antes que acabasse.

“Queria dar um recado para o homem lá do Palácio: se prepare Bolsonaro. Não tenha preocupação com Lula e com Alckmin. Nós não vamos fazer nada com você. Quem vai fazer é o povo brasileiro, que vai tirar você daí”, disse.

Na frente nas pesquisas eleitorais, Lula brincou que Bolsonaro estava “comendo todas as unhas” a cada levantamento que era publicado.

“Eu não estou nervoso, quem tem que estar nervoso é meu adversário”, disse.

Dilma

Além do candidato a governador Fernando Haddad (PT), de Lula e do candidato à vice, Geraldo Alckmin (PSB), outra estrela do comício foi a ex-presidente petista Dilma Rousseff, ovacionada pelo público.

Depois de abraçá-la, Lula fez um desagravo à ex-presidente, que deixou o cargo em 2016 depois de sofrer um impeachment.

“Quero agradecer o carinho que vocês receberam a nossa presidenta Dilma… às vezes a extrema-direita condena um dos nossos e muita vezes nós acreditamos em parte da mentira contada”, disse Lula. “O Congresso cometeu erro histórico ao votar o impeachment, mas o povo de São Paulo acaba de te absolver.”

Adversários chegaram a acusar Lula de querer esconder Dilma em sua campanha e, recentemente, a campanha de Bolsonaro decidiu tentar colar a ex-presidente em Lula. Fora dos grupos mais de esquerda, a ex-presidente -que deixou o governo com cerca de 10% de aprovação apenas– tem mais resistência do eleitor que Lula.

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