‘Em compasso de espera’: Fed deve manter juros estáveis à espera de baque das tarifas de Trump na inflação

Inflação dos EUA subiu 0,10% em maio. (Imagem: REUTERS/Jonathan Ernst)

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O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) deve continuar em compasso de espera em mais uma reunião, uma vez que os efeitos das tarifas comerciais aplicadas ainda não foram observados na inflação, diz a economista do ASA, Andressa Durão. Com isso, os juros devem seguir entre 4,25% e 4,50%.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos (EUA), divulgado nesta quarta-feira (11), subiu 0,10% em maio e foi a 2,4% em 12 meses.

O CPI voltou a ficar abaixo das expectativas do mercado — que projetava altas de 0,20% e 2,5%, respectivamente. A surpresa veio do núcleo da inflação, puxada por bens e por alguns itens de serviços, diz Durão.

No segmento de bens, vestuário e veículos novos caíram mais do que o esperado. Houve também surpresa no item de passagens aéreas e assistência médica.

A inflação em um ano marcou mais um mês de desaceleração, enquanto a média trimestral anualizada acelerou em maio. Já o núcleo desacelerou em ambas as medidas, com destaque para o núcleo de serviços.

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“O Fed continua em compasso de espera, mantendo os juros parados diante das incertezas não só em relação à inflação, mas também sobre a atividade”, afirma a economista.

Em linha, o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, reconhece o alívio em relação à trajetória inflacionária, mas destaca que a progressão futura da inflação segue sendo uma preocupação.

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Ainda assim, Igliori pontua que a leitura do CPI de maio ajuda a reforçar as apostas de que um novo ciclo de corte de juros possa ser iniciado no segundo semestre.

Mercado também espera manutenção dos juros

O mercado também espera que o Federal Reserve (Fed) realize mais uma manutenção nos juros dos EUA na reunião da semana que vem, segundo o monitor CME FedWatch.

As apostas são de que a autoridade monetária só inicie seu afrouxamento em setembro, apesar da pressão vinda da Casa Branca.

Hoje, o presidente Donald Trump reiterou sua opinião de que o Fed deveria cortar a taxa de juros em um ponto percentual, dizendo que os últimos números da inflação foram “ótimos”.

“O índice de preços ao consumidor acabou de sair. Ótimos números! O Fed deveria baixar um ponto inteiro. Pagaria muito menos juros sobre a dívida que está vencendo. Muito importante!!!”, escreveu no Truth Social em letras maiúsculas.