Internacional

Em cortes de juros do Fed, o mercado consegue o que quer

05 set 2019, 17:34 - atualizado em 05 set 2019, 17:34
Federal Reserve
A atividade manufatureira do país encolheu pela primeira vez desde 2016, e a curva de juros dos títulos do Tesouro dos EUA (Imagem: REUTERS/Leah Millis)

A era dos tuítes perturbadores desafia a sabedoria convencional do mercado, mas pelo menos uma verdade ainda está de pé: o Federal Reserve decide quando aumentar os juros, e os traders decidem quando cortar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O histórico dos últimos 25 anos mostra que, quando uma redução dos juros do Fed está pelo menos 50% precificada dias antes de uma decisão de política monetária – como é o caso para a reunião de 18 de setembro e posteriores -, o banco central sempre cortou as taxas, de acordo com dados compilados por Bloomberg. O presidente dos EUA, Donald Trump, que no mês passado pediu cortes de pelo menos 100 pontos-base, pode muito bem invejar esse histórico.

Se o presidente do Fed, Jerome Powell, quiser romper com esse precedente e convencer os operadores de que um corte de 25 pontos-base daqui a duas semanas não é um fato consumado, ele tem uma última chance de dizer algo relevante na sexta-feira, em Zurique. O cenário econômico sugere que não vai.

A atividade manufatureira do país encolheu pela primeira vez desde 2016, e a curva de juros dos títulos do Tesouro dos EUA se inverteu este ano, um indicador que precedeu todas recessões desde a década de 1960. Qualquer decepção no relatório do mercado de trabalho na sexta-feira pode alimentar o receio de que os riscos globais que o Fed citou como fatores da redução das taxas em julho possam ter chegado aos EUA.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“O mercado sabe nos dizer onde estão os perigos, o que está por vir”, disse Jim Bianco, presidente e fundador da Bianco Research, em Chicago. “A taxa de fundos é a taxa de juros mais alta do mundo desenvolvido no momento – o mercado está dizendo que a taxa de fundos é muito alta.”

Embora o banco central dos EUA sempre confirme as expectativas de cortes de juros, dados desde 1994 – quando o Fed começou a anunciar uma meta para a taxa – mostram que o Fed nem sempre obedece aos traders. Como o Fed fez vários cortes durante a crise financeira de 2008, os aumentos foram precificados mas, como os mercados estavam erráticos, o dado provavelmente pode ser ignorado.

Compartilhar

bloomberg@moneytimes.com.br