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Em meio à crise hídrica, Sabesp (SBSP3) reporta lucro ajustado de R$ 1,28 bilhão, em linha com o esperado

10 nov 2025, 23:08 - atualizado em 10 nov 2025, 23:08
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(Imagem: Instagram/Sabesp)

A Sabesp (SBSP3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 1,28 bilhão no terceiro trimestre de 2025, aumento de 9,5% em relação ao mesmo período do ano passado e quase em linha com o consenso de mercado medido pela Bloomberg, que era de R$ 1,32 bilhão.

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Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 3,2 bilhões, 14,7% maior em relação ao ano passado, mas levemente abaixo da média estimada do mercado, de R$ 3,32 bilhões. A margem Ebitda, de 58,6%, veio um pouco acima do consenso de mercado, de 57,8%.

Na comparação com o 2T25, tanto o lucro líquido quanto o Ebitda tiveram retração, que já era esperada pelo mercado devido ao clima desfavorável, aos efeitos regulatórios e à provisão para o Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento no Estado de São Paulo (Fausp).

No 3T25, completou um ano que a Sabesp está sob administração da Equatorial Energia, que assumiu a gestão da empresa em 23 de julho de 2024, após conclusão do processo de privatização da companhia de saneamento de São Paulo.

Receita líquida, despesas e investimentos

A receita líquida ajustada foi de R$ 5,46 bilhões, um leve crescimento de 0,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O consenso das estimativas de mercado era de R$ 5,74 bilhões.

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Houve um impacto de R$ 108 milhões com a provisão para o Fausp. Além disso, a tarifa média de consumo (R$/m³) caiu 3,3% ante o ano anterior — o Itaú BBA previa um desempenho estável nesse item.

O volume faturado (em milhões de m³) ficou praticamente estável: no 3T25, alcançou 1.087, ante 1.070 um ano antes. Nesse item, o Itaú BBA estimava crescimento de 1,5%.

Enquanto isso, os custos e despesas caíram quase 16%, a R$ 2,26 bilhões, também em termos ajustados.

Despesas com pessoal, material e serviços de terceiros continuam apresentando sólida redução pós-privatização. Na comparação anual, a queda de custos foi de R$ 414 milhões. Nos noves meses do ano, em relação ao mesmo período de 2024, o corte de gastos já soma R$ 1,558 bilhão.

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Por outro lado, a Sabesp fez R$ 4 bilhões de investimentos no terceiro trimestre visando cumprir as metas de universalização e de segurança hídrica. O valor representa um crescimento de 175% em comparação ao 3T24 e uma aceleração sequencial de 10%. 

No acumulado do ano, o Capex totalizou R$ 10,43 bilhões, um aumento de 151% em relação ao mesmo período do ano anterior, e em linha com a meta de investimentos do ano da companhia.

A Sabesp terminou setembro com caixa R$ 11,6 bilhões e uma alavancagem financeira medida pela dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 1,9 vez, ante 1,7 vez no fim do terceiro trimestre do ano passado.

Crise hídrica e impacto nos resultados

A Sabesp reduziu a pressão da água em toda Grande São Paulo desde 27 de agosto após determinação da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), por conta do baixo nível dos reservatórios, que se encontram nos piores índices desde a crise hídrica de 2015. A medida, que pode ter impactado o resultado operacional da empresa, continua em vigor.

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Analistas do Santander consideram ainda cedo para medir o real choque nos resultados da empresa, e afirmam que é preciso aguardar a próxima estação chuvosa, que vai de dezembro a maio.

O diretor financeiro da companhia, Daniel Szlak, afirmou em entrevista à agência de notícias Reuters que, apesar do nível dos reservatórios estar “em uma situação um pouco pior que o histórico”, o ano hidrológico acabou de começar e os mananciais em novembro “começaram a subir” nos primeiros dias do mês.

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Jornalista com atuação há mais de 10 anos nas áreas de finanças, política econômica, macroeconomia, infraestrutura e mineração. É pós-graduado em Jornalismo Científico com bolsa da Fapesp.
augusto.diniz@autor.www.moneytimes.com.br
Jornalista com atuação há mais de 10 anos nas áreas de finanças, política econômica, macroeconomia, infraestrutura e mineração. É pós-graduado em Jornalismo Científico com bolsa da Fapesp.

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