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Em nova fase, Cogna trabalha para fortalecer EAD sem deixar cursos presenciais de lado

15 dez 2020, 18:25 - atualizado em 15 dez 2020, 18:25
Unopar, Kroton, Cogna
A Guide Investimentos está confiante com a capacidade da Cogna de retomar o crescimento do Ebitda e gerar caixa ao longo do próximo ano (Imagem: YouTube/Kroton)

A Cogna (COGN3) entrou em uma nova fase de operação, com perspectiva de maior rentabilidade e aumento de margens. O plano de reestruturação da companhia começou a ser implementado e deve, de acordo com a Guide Investimentos, ser maturado em 2021.

A equipe de análise da corretora participou ontem do Cogna Day. Além do processo de reestruturação, o evento focou nas iniciativas digitais antecipadas para 2020 e no processo de migração para o meio online.

“A companhia se encontra diante de um contínuo crescimento do mercado de graduação, que migra do FIES para o ambiente digital. A Cogna entende que a tendência digital, que foi acelerada durante a pandemia, não é algo temporário e sim estrutural, e isto os incentiva a fortalecer sua operação online sem enfraquecer a presencial, que segue sendo muito importante para a geração de valor”, comentou o analista Luis Sales, em relatório divulgado nesta terça-feira.

A Guide está confiante com a capacidade da Cogna de retomar o crescimento do Ebitda e gerar caixa ao longo do próximo ano. Muito do avanço deve acontecer com a crescente atuação do segmento digital e da otimização dos espaços presenciais no projeto de reestruturação da Kroton. Com a unificação e migração de algumas unidades, a Cogna vai concentrar sua operação presencial em cursos premium, como medicina, direito e engenharia.

Custos e despesas

Outro ponto abordado durante o evento foi a redução em 27% de custos e despesas não relacionados a espaço imobiliário, graças à adoção de uma série de iniciativas.

Dentre as medidas adotadas pela Cogna, destacam-se a implantação de 40% do recurso de ensino a distância (EAD) nos cursos presenciais, a otimização das despesas nas unidades, a otimização dos custos corporativos e a aplicação de uma nova estratégia para investimentos em marketing.

A Cogna passou a analisar as características de cada curso para descobrir em qual meio, presencial ou EAD, eles podem se adequar melhor (Imagem: YouTube/Cogna)

Analisando curso por curso

A Cogna parece ter aprendido a lição. A companhia passou a analisar as características de cada curso para descobrir em qual meio, presencial ou EAD, eles podem se adequar melhor.

“Em um primeiro momento, isto pode parecer algo negativo, já que a receita obtida a partir de cursos lecionados à distância é inferior ao que são presencialmente. Mas os custos variáveis para viabilizá-los são ainda menores, o que torna o processo mais rentável”, avaliou Sales.

A Guide destacou que o crescimento digital nas operações de ensino superior geraram um aumento superior a 50% no portfólio e em cursos EAD. Para 2021, espera-se o dobro das ofertas de cursos premium. Mais de 600 novos polos devem ser implementados até 2022.

Colocando isso em números, a Cogna deve registrar um crescimento de 2,4 vezes do Ebitda entre 2020 e 2024, totalizando R$ 2,4 bilhões. A geração de caixa operacional subirá 44% no mesmo período, para R$ 1 bilhão em 2024. O número de alunos matriculados aumentará 20%, com redução da participação do FIES e avanço da procura por EAD (atingindo participação superior a dos matriculados presencial em 2024).

A Guide indicou mais uma vez a compra da ação da Cogna, com preço-alvo de R$ 9. A corretora está positiva com a reabertura das escolas em 2021. O processo de reestruturação também anima, mas existem pontos que merecem ser levados em conta, como a demora para definir a reestruturação e a falta de detalhes sobre a execução do plano. No mais, a Guide reforçou que todo o processo será longo.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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