BusinessTimes

Em novo plano, Petrobras focará no refino e redução de endividamento

05 dez 2018, 23:02 - atualizado em 05 dez 2018, 23:02

No período de 2019 a 2023, a Petrobras permanecerá com forte participação no setor de refino, segundo o diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão, Nélson Silva. Em apresentação do plano de negócios da empresa a analistas de mercado, o diretor destacou que a empresa manterá o foco na redução do endividamento e ressaltou que o plano é institucional e “não de uma pessoa apenas”.

O plano, divulgado hoje (5), prevê investimento de US$ 84,1 bilhões nos próximos cinco anos. De acordo com o planejamento, US$13,9 bilhões serão aplicados em gás natural, sendo que 61% em refino, transporte, comercialização, petroquímica e distribuição; 36% em gás natural e energia; e 3% em renováveis.

“O mercado brasileiro é um mercado premium no segmento de refino. Já somos o sétimo maior mercado consumidor de derivados. Então, a perspectiva de crescimento nos próximos anos, que não se vê em outros lugares do planeta, continuaremos atuando fortemente neste mercado”, afirmou Nélson Silva, em teleconferência.

O diretor disse ainda que o novo planejamento continuará focado na redução do endividamento e alavancagem da estatal. “Quando começamos a trabalhar no plano 2017/2021, todos se lembram que estávamos com mais de 4 [vezes] de alavancagem. Prometemos e vamos entregar uma alavancagem até 2,5 [vezes] até o final do ano. Estabelecemos como métrica do topo reduzir continuamente até 2020 em 1,5, portanto, o compromisso é exatamente o mesmo”, disse.

Nélson Silva destacou que a empresa manterá o controle de custos e a simplificação de processos, em busca de se tornar competitiva em qualquer cenário de preço do petróleo no mercado internacional e taxa de câmbio. “Temos que ser uma empresa competitiva em qualquer cenário. É obvio que quando cai o preço da commodity, a gente tem que apertar o cinto. A ideia é que a Petrobras seja uma empresa viável financeiramente em qualquer cenário de brent, lembrando que a gente não controla isso [os preços no mercado internacional]”, completou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Plano institucional

Questionado pelos analistas se houve alguma influência do futuro presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, na composição do plano de negócios, Nélson Silva informou que o planejamento levou oito meses para ser elaborado e teve a participação de mais de 100 pessoas, das mais variadas áreas da companhia.

Segundo ele, o plano espelha a companhia e não é reflexo de uma pessoa apenas.“É um plano institucional da empresa. Não é um plano de uma pessoa, de duas. É um plano de toda a empresa que contribuiu com todas as suas áreas para que chegássemos a esse plano”.

O diretor acrescentou que o plano passou por todas as etapas de aprovação interna do sistema adotado pela Petrobras. “Somente aqueles que contribuíram no dia a dia sabem a profundidade do plano e a robustez dele. É um plano que muito nos orgulha porque passou por todos os passos de aprovação a que reza o nosso processo de um plano com a importância que tem esse”, disse.

Acionistas

A Petrobras manteve ainda a política de remuneração dos acionistas e apontou que uma eventual alteração na distribuição de dividendos levará em conta a redução dos indicadores de endividamento e novas oportunidades de investimento. Durante a apresentação, representantes do mercado parabenizaram a Petrobras pelo plano.

agencia.brasil@moneytimes.com.br