Agro Times

Em ofensiva sobre principal cliente brasileiro, Trump quer quadruplicar rapidamente vendas de soja para China

11 ago 2025, 4:50 - atualizado em 11 ago 2025, 4:50
Soja EUA china
Trump quer tomar espaço do Brasil como principal vendedor de soja para a China (iStock.com/JJ Gouin)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo que espera que a China quadruplique suas compras de soja do país, acrescentando que isso também seria “uma forma de reduzir substancialmente” o déficit comercial de Pequim com Washington.

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“A China está preocupada com sua escassez de soja. Nossos grandes agricultores produzem a soja mais robusta. Espero que a China quadruplique rapidamente seus pedidos de soja. Isso também é uma forma de reduzir substancialmente o déficit comercial da China com os EUA. Serviço rápido será fornecido. Obrigado, presidente XI“, disse Trump por mensagem em rede social.

Uma trégua tarifária entre Pequim e Washington deve expirar em 12 de agosto, mas o governo Trump deu a entender que o prazo pode ser prorrogado.

A China, que consome mais de 60% da soja exportada globalmente, compra a oleaginosa principalmente do Brasil e dos Estados Unidos.

O contrato de soja mais ativo na Bolsa de Chicago (CBOT) subia 2,13%, cotado a US$ 10,08 por bushel às 04h46 GMT, após ter se mantido praticamente estável antes da postagem de Trump.

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No ano passado, a China importou cerca de 105 milhões de toneladas métricas de soja, pouco menos de um quarto vindo dos EUA e a maior parte do restante do Brasil. Para quadruplicar os embarques, a China teria que importar a maior parte de sua soja dos Estados Unidos.

“É altamente improvável que a China compre quatro vezes seu volume habitual de soja dos EUA”, disse Johnny Xiang, fundador da consultoria AgRadar, com sede em Pequim.

Não está claro se garantir o acordo da China para comprar mais soja dos EUA é uma condição para a prorrogação da trégua comercial.
O Ministério do Comércio da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.

Cada vez menos EUA

A China tem reduzido gradualmente sua dependência da soja dos EUA nos últimos anos, transferindo mais compras para a América do Sul.

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No acordo comercial da Fase Um, assinado durante o primeiro mandato de Trump, a China concordou em aumentar as compras de produtos agrícolas dos EUA, incluindo soja. No entanto, Pequim acabou ficando muito aquém das metas estabelecidas.

Este ano, em meio às tensões comerciais entre Washington e Pequim, ainda não foram feitas compras de soja dos EUA para o quarto trimestre, alimentando preocupações com a aproximação da temporada de exportação da colheita americana.

“Do lado de Pequim, houve vários sinais de que a China está preparada para abrir mão da soja americana completamente este ano, incluindo a reserva de cargas-teste de farelo de soja da Argentina“, disse Even Rogers Pay, analista agrícola da Trivium China.

A Reuters já havia informado que fabricantes de ração chineses compraram três cargas de farelo de soja da Argentina, buscando garantir fornecimento sul-americano mais barato, diante de preocupações com uma possível interrupção na oferta de soja no quarto trimestre.

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A indústria americana de soja tem buscado compradores alternativos, mas nenhum país se equipara à escala da China. No ano passado, a China importou 22,13 milhões de toneladas de soja dos EUA e 74,65 milhões de toneladas do Brasil.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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