Em paz na guerra: Airbus abre nova linha de produção na China uma semana depois de inauguração nos EUA

A Airbus anunciou nesta quarta-feira (22) que abriu uma segunda linha de montagem na China, ampliando sua capacidade de fabricação para a família de jatos de corredor único A320neo, seu modelo mais vendido.
A nova linha completa um quebra-cabeça de 10 linhas finais de montagem globalmente que, segundo a Airbus, estarão envolvidas em um esforço de produção, incluindo duas nos Estados Unidos e duas na China.
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A segunda linha chinesa, localizada na cidade portuária de Tianjin, perto de Pequim, deverá estar totalmente operacional no início de 2026, afirmou a fabricante europeia em comunicado.
Sua inauguração ocorre pouco mais de uma semana após a Airbus abrir uma segunda linha de montagem final em Mobile, no Alabama (EUA).
O CEO da Airbus, Guillaume Faury, afirmou que a nova linha de produção em Tianjin dará à empresa a “flexibilidade e capacidade necessárias para atingir nossa meta de 75 aeronaves da família A320 por mês até 2027”, reiterando o objetivo global de produção.
Analistas estimam que a Airbus esteja atualmente produzindo cerca de 60 dessas aeronaves por mês. A família A320neo compete com os modelos 737 MAX da Boeing e C919 da fabricante chinesa COMAC, ambos com taxas de produção mais baixas.
Faury participou da cerimônia de abertura na fábrica de Tianjin, que contou com grandes bandeiras da União Europeia e da China ao fundo dos palestrantes.
Um dia antes, Faury se encontrou com o Ministro do Comércio da China, Wang Wentao, segundo comunicado do ministério.
Durante o encontro, Wang destacou que a crescente fragmentação econômica e medidas unilaterais e protecionistas estavam desestabilizando o comércio global e adicionando incerteza e instabilidade, afirmou o ministério nesta quarta-feira.
A Airbus se comprometeu a expandir sua presença na China e a contribuir para os laços comerciais entre China-França e China-Europa, acrescentou o ministério. A Airbus preferiu não comentar os detalhes da reunião.
Fontes da indústria disseram neste mês que as cerimônias consecutivas de abertura de linhas em Mobile e Tianjin foram projetadas para evitar atritos em meio ao delicado clima comercial entre China e Estados Unidos.
Desde que a Airbus anunciou seus planos de expansão no exterior em 2022 e 2023, Washington e Pequim mergulharam em uma guerra comercial de meses, deixando a Airbus e outras empresas europeias cautelosas para não ofender nenhuma das potências comerciais.