Guerra Comercial

Em resposta à China, Trump fecha acordo com Austrália sobre minerais críticos

21 out 2025, 6:33 - atualizado em 21 out 2025, 6:33
Trump (Foto: Jim WATSON / POOL / AFP)
Trump fecha acordo por mineráis críticos com Austrália em busca de munição contra China (Jim Watson / Pool AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, assinaram nesta segunda-feira (20) um acordo sobre minerais críticos com o objetivo de enfrentar a influência da China.

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A China foi o tema central na primeira cúpula oficial na Casa Branca Trump e Albanese, que assinaram um acordo sobre minerais que foi negociado nos últimos meses, de acordo com o mandatário norte-americano. Albanese descreveu o pacto como um oleoduto de US$ 8,5 bilhões “pronto para ser ativado”.

Uma cópia do acordo divulgada por ambos os governos revelou que os dois países investirão cada um US$ 1 bilhão nos próximos seis meses em projetos de mineração e processamento, além de estabelecer um preço mínimo para os minerais críticos, algo que mineradoras ocidentais pedem há muito tempo.

Um comunicado da Casa Branca sobre o acordo acrescentou que os investimentos terão como alvo jazidas de minerais críticos avaliadas em US$ 53 bilhões, embora não tenha fornecido detalhes sobre os tipos de minerais nem suas localizações.

“Dentro de um ano, vamos ter tantos minerais críticos e terras raras que vocês não vão saber o que fazer com eles”, disse Trump a repórteres.

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O Ministério das Relações Exteriores da China não comentou diretamente o acordo, mas afirmou nesta terça-feira (21) que o mercado e as decisões comerciais moldam as cadeias globais de produção e fornecimento.

“Países com recursos minerais essenciais devem desempenhar um papel ativo em garantir a segurança e estabilidade das cadeias industriais e de suprimento, e garantir uma cooperação econômica e comercial normal”, disse o porta-voz Guo Jiakun em coletiva de imprensa.

Especialistas duvidam de cronograma

Especialistas da indústria global de mineração reunidos em uma conferência em Sydney nesta terça-feira saudaram a notícia, dizendo que ela abrirá oportunidades de investimento. No entanto, mostraram-se céticos quanto ao prazo previsto por Trump.

“O cronograma para que vários projetos estejam prontos até 2027 seria heroico — e inatingível no caso de muitos deles”, disse Dan Morgan, analista da Barrenjoey, à Reuters.

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“No setor de terras raras, nada acontece rapidamente. Não acho que seremos inundados por um crescimento repentino de oferta. Talvez vejamos crescimento em cinco a sete anos”, completou.

A China é responsável por 90% da capacidade mundial de refino de terras raras, essenciais para setores como energia limpa, defesa e indústria automotiva. Em nota divulgada na segunda-feira alertando para riscos de interrupção no fornecimento, o Goldman Sachs destacou que a China também controla 69% da mineração global de terras raras e 98% da fabricação de ímãs derivados desses minerais.

Embora as terras raras sejam comuns na crosta terrestre, a China dominou o processo de refino, que é tecnicamente complexo e ambientalmente agressivo, e consegue fazê-lo a um custo muito mais baixo.

US$ 2,2 bilhões em investimentos

O Banco de Exportação e Importação dos EUA (EXIM), agência oficial de crédito à exportação do governo, anunciou sete cartas de intenção totalizando mais de US$ 2,2 bilhões para avançar em projetos de minerais críticos na Austrália.

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Os beneficiários incluem a Arafura Rare Earths, Northern Minerals, Graphinex, Latrobe Magnesium, VHM, RZ Resources e Sunrise Energy Metals.

Segundo o EXIM, os projetos envolvem uma variedade de minerais essenciais para sistemas avançados de defesa, componentes aeroespaciais, equipamentos de comunicação e tecnologias industriais de próxima geração.

Esses investimentos visam apoiar a reindustrialização da base manufatureira de alta tecnologia dos EUA, além de ajudar a contrabalançar o domínio da China nas exportações e fortalecer a resiliência da cadeia de suprimentos ocidental.

Além disso, o Pentágono planeja construir uma refinaria de gálio no oeste da Austrália. A China bloqueou as exportações de gálio para os EUA em dezembro passado.

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EUA busca ampliar acesso a minerais críticos

Os Estados Unidos têm procurado aumentar seu acesso a minerais críticos em todo o mundo, à medida que a China reforça seu controle sobre o fornecimento global. As tensões comerciais entre os dois países aumentaram antes da reunião de Trump com o presidente chinês Xi Jinping, marcada para a próxima semana na Coreia do Sul.

O termo minerais críticos se refere a uma variedade de elementos, incluindo terras raras, lítio e níquel.

A China possui as maiores reservas de terras raras do mundo, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA, mas a Austrália também conta com reservas significativas. Esses minerais são usados em produtos como veículos elétricos, motores de aeronaves e radares militares.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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