Internacional

Em tom de cautela, Powell indica preocupação com rumo contrário da inflação e emprego; pausa no radar?

10 dez 2025, 18:03 - atualizado em 10 dez 2025, 18:08
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Powell mantém discurso cauteloso: Fed reduz juros, mas inflação ainda alta e mercado de trabalho enfraquecido. Pausa nos cortes pode estar próxima. (Imagem: REUTERS/Kevin Mohatt)

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O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçou seu discurso de cautela em relação ao futuro da política monetária dos Estados Unidos.

Em coletiva de imprensa após a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) nesta quarta-feira (10), Powell destacou que o banco central continua focado em alcançar os objetivos do seu duplo mandato: máximo emprego e inflação estável.

No entanto, ele ressaltou que o trabalho do Fed está mais desafiador. A inflação ainda permanece acima da meta de 2% perseguida pela autoridade monetária, enquanto o mercado de trabalho enfraqueceu nos últimos meses.

“Os riscos de curto prazo para a inflação estão inclinados para cima, e os riscos para o emprego, para baixo — uma situação desafiadora. Não há caminho sem riscos para a política enquanto navegamos essa tensão entre nossos objetivos de emprego e inflação”, afirmou Powell.

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O presidente do Fed também destacou que o banco está pronto para esperar e avaliar os rumos da economia, o que indica que a pausa nos cortes de juros pode estar próxima. A mediana das projeções dos dirigentes aponta que a taxa dos Federal Funds deverá atingir 3,4% ao final de 2026, o que representa apenas mais um corte adicional.

“Após reduzirmos nossa taxa de política em 75 pontos-base desde setembro e 175 pontos-base desde setembro do ano passado, a taxa dos Federal Funds está agora dentro de uma ampla faixa de estimativas de seu valor neutro, ficando bem posicionada para aguardar e observar como a economia evolui”, disse Powell.

Ele também comentou que a decisão de reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual para o intervalo de 3,50% a 3,75% ao ano não foi unânime. Dos 12 dirigentes, nove votaram pelo reajuste, enquanto Stephen Miran defendeu um corte de 0,50 pp e Austan Goolsbee e Jeffrey Schmid optaram pela manutenção da taxa.

“Todos concordam que a inflação está alta e que o mercado de trabalho enfraqueceu. Também concordam que isso traz riscos adicionais. A diferença está em como cada um pondera esses riscos, como suas previsões se apresentam e, em última análise, onde cada um vê o maior risco”, explicou Powell.

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Segundo o dirigente, nenhuma decisão foi tomada sobre a reunião de janeiro, mas ele acredita que o Fed está bem posicionado para esperar e observar o comportamento da economia.

Inflação vs Emprego

Powell destacou que, embora alguns dados governamentais importantes ainda não tenham sido divulgados devido ao shutdown, os indicadores disponíveis sugerem que a atividade econômica vem se expandindo a um ritmo moderado. O Fed projeta crescimento do PIB de 1,7% em 2025 e de 2,3% em 2026.

No mercado de trabalho, apesar do atraso na divulgação dos dados oficiais de outubro e novembro, as evidências disponíveis indicam que demissões e contratações permanecem baixas. A taxa de desemprego projetada é de 4,5% ao final deste ano e deve recuar gradualmente depois disso.

“Uma boa parte da desaceleração provavelmente reflete a redução no crescimento da força de trabalho, devido à menor imigração e à queda na participação na força de trabalho, embora a demanda por mão de obra também tenha claramente enfraquecido”, afirmou Powell.

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Já a inflação caiu significativamente em relação aos picos de meados de 2022, mas ainda permanece elevada em comparação com a meta de longo prazo de 2%. Os preços do PCE subiram 2,8% nos 12 meses encerrados em setembro, e, excluindo alimentos e energia, o núcleo do PCE também avançou 2,8%.

“Esses números estão acima do início do ano, à medida que a inflação de bens aumentou, refletindo os efeitos das tarifas”, destacou Powell. Segundo ele, os efeitos das tarifas sobre a inflação devem ser de curta duração e, se não houver novos anúncios, a inflação dos bens deve atingir o pico no primeiro trimestre de 2026.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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