Embraer (EMBR3): CEO vê maior impacto da tarifa de Trump no 2º semestre; ações oscilam após 2T25

A Embraer divulgou os números do segundo trimestre de 2025 nesta terça-feira (5) (Imagem: Divulgação)

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Após um período de assombro pelo fantasma de uma tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, as ações da Embraer (EMBR3) oscilam entre alta e queda no pregão desta terça-feira (5), reagindo ao balanço do segundo trimestre de 2025 — com a tarifa de 10% no pano de fundo.

A fabricante de aeronaves brasileira reportou mais cedo que teve um prejuízo líquido ajustado de R$ 53,4 milhões no segundo trimestre de 2025 (2T25). O resultado representa uma reversão do lucro de R$ 415,7 milhões registrado no mesmo período em 2024.

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Já o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que mede o desempenho operacional, cresceu para R$ 1,39 bilhão, ante R$ 995,5 milhões no segundo trimestre do ano anterior.

A margem Ebitda ajustada atingiu 13,5% no segundo trimestre deste ano, uma alta ante os 12,7% do ano anterior.

Por volta de 10h40 (horário de Brasília), a EMBR3 liderava as altas do Ibovespa (IBOV), subindo mais de 3%. No entanto, as ações viraram para uma queda de 0,05%, a R$ 79,96, às 11h27. Acompanhe o tempo real.

Durante teleconferência após a divulgação dos Resultados, o CEO, Francisco Gomes Neto, e o CFO, Antonio Carlos Garcia, enfatizaram a entrega de um trimestre sólido, que reforça a trajetória de crescimento sustentável da companhia.

Os executivos pontuaram ainda os esforços que a companhia vem aplicando na retomada da tarifa zero, que vigorava há mais de quatro décadas, tendo como principal argumento a tese robusta de impacto positivo na economia dos Estados Unidos. Segundo eles, há precedentes para isso, com as negociações dos EUA com Reino Unido e Europa.

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O impacto da tarifa de Trump na Embraer

A Embraer passou por uma turbulência no que diz respeito às tarifas de Donald Trump. O susto de um adicional de 40% sobre as tarifas já impostas, de 10%, mexeu com as ações. As negociações posteriores, no entanto, acalmaram os ânimos, e a taxa de retornou aos 10%.

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Sobre a tarifa vigente de 10%, o CEO e CFO da Embraer destacam que, para este ano, existe um impacto estimado em US$ 65 milhões na última linha do balanço.

Até o momento, já houve 20% desse impacto, sendo que os outros 80% estão sendo estimados para o terceiro e quarto trimestre. Ou seja, os maiores efeitos tarifas paga pela exportação de componentes para os EUA, segundo os executivos, serão sentidos no último semestre.

O diretores da Embraer apontaram que tanto autoridades brasileiras quanto norte-americanas estão sentadas com a Embraer nas negociações para retomar a tarifa zero para a aviação. O argumento da companhia está pautado na sua importância para os Estados Unidos, em frentes de emprego, além dos investimentos que a fabricante já está rodando no Texas e na Flórida, na ordem de US$ 70 e US$ 90 milhões, respectivamente.

O CEO é enfático na tese da robustez econômica, uma vez que vê a tarifa prejudicando não só a Embraer, mas o mercado americano também.

Do lado dos fornecedores, a Embraer esclareceu que, de início, houve reação pela falta de clareza no processo da tarifa. No entanto, após o período de compreensão, a companhia não tem registrado nenhum impacto de tarifa nos custos dos insumos.

Projeções

Em relação às projeções, a companhia não realizou alterações no seu guidance. Segundo os executivos, se trata de cautela por conta das variáveis macroeconômicas atuais.

“No momento, o guidance está bastante seguro, mas preferimos esperar mais alguns trimestres antes de contar uma nova história ao mercado”, disseram.

Do lado financeiro, a companhia espera receitas na faixa do US$ 7 e US$ 7,5 bilhões, margem Ebit (lucros antes de juros e impostos) ajustada entre 7,5% e 8,3% e fluxo de caixa livre ajustado de US$ 200 milhões ou maior.