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Embraer (EMBR3): Itaú BBA vê 2 gatilhos que tornam a fabricante atraente no curto prazo

12 jun 2025, 16:19 - atualizado em 12 jun 2025, 16:19
Embraer
O Itaú BBA atualizou as estimativas para Embraer, reiterando recomendação de compra (Imagem: Wikimedia)

O Itaú BBA atualizou as estimativas para a Embraer (EMBR3), tendo em vista dois gatilhos tangíveis para o curto prazo: o Paris Airshow na próxima semana e o teste de voo EVE no segundo semestre deste ano. A casa reitera a recomendação de compra, com um preço-alvo de US$ 62 para ERJ — código de negociação da ação na Bolsa de Nova York (Nyse).

Após uma correção de cerca de 15% desde as máximas atingidas pela ação em março, agora ela oferece uma relação-risco/retorno bem equilibrada, na visão da equipe de analistas liderada por Daniel Gasparete.

Sobre o Paris Airshow, a equipe de analistas coloca que, em interações com a gerência durante conferência no mês passado, notou-se um alto nível de otimismo em relação aos novos pedidos que virão do evento para as divisões Comercial e de Defesa.

“No início deste ano, a gerência informou que havia seis campanhas ativas na divisão comercial (1 na América do Sul, 1 na América do Norte, 2 na Europa, 1 na África e 1 na Ásia), das quais, até o momento, apenas uma foi anunciada (ANA Airlines no Japão). Ainda, mencionou que nenhuma das outras campanhas foi cancelada devido a preocupações com a guerra comercial”, dizem os analistas.

Sobre EVE, o BBA vê como uma das opções de maior valor da Embraer. A subsidiária vale US$ 1,6 bilhão (e a Embraer detém 84% de participação), consideravelmente inferior ao de seus principais concorrentes, uma vez que Joby e Archer valem US$ 8,4 bilhões e US$ 6,5 bilhões, respectivamente.

“Acreditamos que a avaliação do EVE pode mudar no segundo semestre de 2025, à medida que o voo de teste do protótipo em escala real ocorrer (os eVTOLs da Joby e da Archer já foram testados)”, ponderam os analitas.

O BBA pontua que, conforme os últimos registros, o EVE tem uma carteira de pedidos de US$ 14 bilhões, distribuídos por meio de aproximadamente 2,8 mil cartas de intenção (LOIs), além de US$ 1,6 bilhão em contratos de revisão.

“Isso torna o EVE um dos maiores players do setor de eVTOLs, com 18% do total de LOIs. Se for bem-sucedido, o EVE avançará na certificação da aeronave em 2026, convertendo essas LOIs em pedidos firmes e, potencialmente, desfrutando de uma reclassificação considerável”.

Existem riscos, mas avaliação para Embraer é atrativa

Apesar dos gatilhos positivos, o BBA não ignora riscos para a Embraer. Um deles são os eventuais impactos do Chapter 11 (recuperação judicial nos Estados Unidos) da Azul (AZUL4), que levantou preocupações sobre os lucros da fabricante de aeronaves.

Para os analistas, ainda é muito cedo para avaliar, no entanto, em um primeiro momento o impacto parece limitado, representando menos de 1% da projeção de Ebit (lucros antes de juros e impostos) para 2025, mesmo com a companhia sendo um dos maiores clientes da Embraer em sua carteira de pedidos.

Em relação a uma potencial baixa contábil, os analistas ponderam que, segundo as demonstrações financeiras, há apenas US$ 36 milhões de clientes domiciliados no Brasil, dos quais acreditam que menos da metade estaria relacionada à companhia aérea.

“Em relação à carteira de pedidos, destacamos que as aeronaves da ERJ operadas por companhias aéreas brasileiras foram fornecidas por arrendadores, que acreditamos que devem manter seus pedidos, dadas as obrigações contratuais (por exemplo, pagamentos de pré-entrega já efetuados)”, dizem.

O segundo risco envolve os efeitos adicionais da guerra comercial na Embraer. A administração sinalizou um impacto de 90 pontos-base em seu Ebit gerado, proveniente dos custos da cadeia de suprimentos relacionados ao conflito.

No entanto, o BBA teme que possa haver efeitos adicionais, já que as companhias aéreas estão adiando a entrega de aeronaves para evitar custos adicionais.

“Embora concordemos que existam riscos que podem pesar sobre as expectativas de lucros para este ano, acreditamos que pode haver catalisadores que sustentem uma expansão dos múltiplos no curto prazo”, dizem.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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