Embraer (EMBR3): Tarifa dos EUA coloca risco de atrasos e cancelamentos no radar
A Embraer (EMBR3) pode enfrentar problemas de cancelamentos e atrasos de pedidos causados pela tarifa sobre produtos importados do Brasil, disse o CEO, Francisco Gomes Neto, em entrevista à Bloomberg neste domingo (26), durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, na Malásia.
“O setor de aviação tem trabalhado com tarifa zero desde 1979. É um negócio muito global. Compramos e vendemos peças em todo o mundo. Portanto, a tarifa zero é muito importante”, disse.
Segundo ele, nenhum cancelamento ocorreu até o momento, mas, neste cenário, pode ocorrer no médio prazo.
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O executivo destacou ainda a presença da Embraer nos Estados Unidos há mais de 46 anos, com impactos em empregos diretos e indiretos no país.
Ele argumenta que, para que o plano de crescimento da fabricante futuro seja mantido, é importante não prosseguir com a tarifa de 10%.
Acordo sobre tarifas no radar
Neste domingo, o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump rendeu avanço na negociação sobre tarifas impostas a produtos brasileiros. De acordo com Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, o tom da conversa foi positivo e a conclusão de uma negociação pode se concretizar nas próximas semanas.
De acordo com o governo brasileiro, a imposição das tarifas ao país carece de base técnica e desconsidera que os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial em relação ao Brasil. No encontro, Lula pediu a suspensão das tarifas, propondo um período de negociação.
“Nós esperamos em pouco tempo agora, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil”, relatou o ministro Mauro Vieira.
Em publicação nas redes sociais, Lula afirmou que as equipes iriam se reunir imediatamente para buscar soluções para as tarifas.
*Com informações do Estadão Conteúdo