Embraer (EMBR3): Vamos continuar defendendo retorno à tarifa zero, diz executiva

A brasileira Embraer (EMBR3) segue buscando um retorno às tarifas zero de exportação para os Estados Unidos, isso após o país, sob o comando de Donald Trump, encerrar a isenção que se estendia há anos no setor e implementar uma tarifa de 10%.
O objetivo foi declarado por Juliana Villano, gerente de Relações Governamentais da Embraer, em um evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que reuniu executivos e autoridades brasileiras para discutir a nova situação das relações comerciais.
“O que fizemos até agora foi apresentar o nosso caso, a nossa relevância e nosso papel nos Estados Unidos. A ideia é demonstrar que se trata de uma relação de ganha-ganha”, diz a executiva.
“Empregamos cerca de três mil pessoas diretamente nos Estados Unidos, isso sem contar os fornecedores”.
Juliana ressalta que a Embraer tem clientes e fornecedores importantes nos Estados Unidos. “Nossa cadeia de fornecedores é totalmente integrada com o mercado norte-americano. Até 2030, planejamos comprar US$ 21 bilhões da indústria dos EUA”, comenta.
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Embraer não descarta novos investimentos nos EUA
A executiva fala que a empresa tem também oportunidades no país. A Embraer, segundo ela, atingiu um nicho de mercado, com seus aviões exercendo papel relevante na aviação regional norte-americana.
Novos investimentos nos EUA por parte da Embraer também não estão descartados. A gerente lembra que a companhia já tem uma linha de montagem executiva no país, com previsão de impacto de US$ 600 milhões para a balança comercial norte-americana nos próximos anos, fora o recém anunciado investimento milionário no Texas.
“No setor de defesa, temos uma oportunidade com o KC-390. Ele tem conteúdo americano e vemos a chance de posicionar o modelo no mercado dos EUA. Temos expectativa de investir US$ 500 milhões nos EUA nos próximos cinco anos e se o KC-390 for selecionado, dobrariamos o nível de investimento”.
Guerra comercial impacta todo setor aéreo
No mesmo painel, Landon Loomis, presidente para América Latina da Boeing, abrangeu como a guerra comercial vem impactando a companhia.
“Cerca de 80% da nossa cadeia de suprimentos está dentro dos EUA. São três mil fornecedores. Mas 80% da nossa produção é exportada” conta. “O mercado global é grande e, na nossa análise, a demanda nos próximos 20 anos deve chegar a 44 mil novos aviões. É um mercado de US$ 8 trilhões”.
“O Brasil representa 1% das nossas exportações, mas é um polo reconhecido da aviação. É um dos poucos países que certifica os aviões que compra, com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Temos metas ambientais e o Brasil é o segundo maior produtor de biocombustíveis. Além disso, há a capacidade técnica”, menciona