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Emergentes são obrigados a ficar mais hawkish e títulos sofrem

16 maio 2022, 22:20 - atualizado em 16 maio 2022, 22:20
Os formuladores de política monetária de países emergentes sinalizam uma campanha mais longa de aumentos, ou posições menos dovish (Imagem: Shutterstock)

Com uma espiral de alta de inflação pelo mundo à fora, títulos de mercados emergentes da Turquia à Tailândia sentem o peso.

Títulos em moeda local de países em desenvolvimento – muito mais sensível às pressões inflacionárias domésticas que os externos – registram queda de quase 9% este ano, a maior desde pelo menos 2008, segundo um índice da Bloomberg.

É improvável que haja algum alívio à medida que banqueiros centrais de todo o mundo tentam controlar a alta de preços com aumentos de juros ainda mais agressivos e põem em risco o crescimento ao fazê-lo.

Esse certamente não era o plano. Muitas economias em desenvolvimento lideraram os aumentos de juros no ano passado, à frente dos EUA, com esperança de evitar uma reprise do choque da diminuição da flexibilização quantitativa do Fed em 2013, conhecido como “taper tantrum”.

Mas com a inflação em alta nos EUA e a força do dólar (USDBLR) contra as outras moedas, esses países reveem suas táticas.

Os formuladores de política monetária de países emergentes sinalizam uma campanha mais longa de aumentos, ou posições menos dovish. África do Sul, Filipinas e Egito podem aumentar as taxas de juros nos próximos dias.

“Ciclos de aperto mais longos provavelmente pesarão sobre os títulos locais que estavam em voga no início de 2022 já que os bancos centrais de mercados emergentes começaram cedo a apertar a política e eram percebidos como mais adiantados em seus ciclos de aperto”, disse Brendan Mckenna, estrategista do Wells Fargo.

As preocupações com inflação há muito pesam sobre os títulos turcos – que registram o pior desempenho neste mês, com queda de 13%.

Os títulos tchecos, que já enfrentam preocupações com a proximidade da guerra na Ucrânia, também estão entre os mais atingidos em maio.

Um aumento acumulado de 5,5 pontos percentuais desde junho não conseguiu domar a pior inflação do país em quase três décadas.

Os títulos tailandeses, outros entre os maiores perdedores, caíram 5,5% este mês e estão vulneráveis à perspectiva de emissão pesada de títulos este ano, juntamente com inflação e pressão por aumentos de juros, disse Duncan Tan, estrategista de taxas da DBS Group Holdings em Singapura.

As pressões sobre os preços são tão severas que os mercados veem até bancos centrais dovish repensando suas posições.

Na Malásia e na Índia, operadores de swaps precificam mais movimentos nos próximos meses, depois que autoridades monetárias recentemente surpreenderam os investidores ao aumentar juros.

Na América Latina – onde alguns formuladores de política monetária estavam tentando encerrar sua campanha de alta – traders estão ganhando apostas em mais aperto no Brasil, Chile e Colômbia, onde os bancos centrais foram forçados a adotar um tom mais agressivo este mês em meio à inflação galopante.

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