Economia

Emissão de dívida corporativa brasileira indica forte trimestre

18 set 2020, 13:00 - atualizado em 18 set 2020, 13:02
Dinheiro
Mesmo sem ofertas em agosto, empresas brasileiras venderam mais de US$ 4,8 bilhões em títulos desde de julho (Imagem: Câmara dos Deputados/Divulgação)

O terceiro trimestre já é o mais forte do ano para emissões de títulos corporativos brasileiros denominados em dólar em meio à onda de operações de recompra de dívida.

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Mesmo sem ofertas em agosto, empresas brasileiras venderam mais de US$ 4,8 bilhões em títulos denominados em moeda americana desde o início de julho, superando os US$ 4,6 bilhões e US$ 3,8 bilhões vendidos no primeiro e segundo trimestres, respectivamente, segundo dados compilados pela Bloomberg, que excluem operações conduzidas pela própria instituição emissora.

A América Latina segue os passos de outros mercados emergentes que venderam volumes recordes de dívida neste ano, aproveitando a liquidez global injetada por bancos centrais que tentam compensar o impacto da pandemia.

A BRF (BRFS3) voltou a acessar o mercado de dívida internacional com uma emissão de títulos de 30 anos no valor de US$ 500 milhões. A processadora de alimentos pagou rendimento de 5,875%, menos do que a meta inicial de 6%, e usará parte dos recursos levantados para financiar uma recompra de títulos de prazo mais curto com vencimento em 2022, 2023, 2024 e 2026 e cupons na faixa de 2,75% a 4,75%.

“Vimos uma grande demanda vinda dos Estados Unidos, Europa e Ásia”, disse Carlos Moura, diretor financeiro da BRF, em entrevista. A demanda pelos títulos foi mais de 10 vezes superior ao volume ofertado, segundo Moura.

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A Suzano (SUZB3) fez uma operação semelhante, com a venda de US$ 750 milhões em títulos com vencimento em 2031 e rendimento de 3,95%. Os fundos serão usados para financiar a oferta pública de recompra aberta no início do mês pelas notas com vencimento em 2024, 2025 e 2026 que pagam cupons de até 5,75%.

A Vale (VALE3) disse que vai antecipar o pagamento de US$ 5 bilhões de linhas de crédito rotativas desembolsadas em março de 2020 e com vencimento entre junho de 2022 e dezembro de 2024. A mineradora vendeu US$ 1,5 bilhão em títulos de 10 anos em dólar no início de julho, após mais de três anos ausente do mercado de dívida no exterior.

Estatais também antecipam o pagamento de dívidas. A Petrobras (PETR4) fez uma recompra de títulos de US$ 3,5 bilhões com vencimento entre 2022 e 2034, e o Banco do Brasil anunciou que vai resgatar 100% dos títulos perpétuos que pagam cupom de 8,5% em 20 de outubro.

“Os investidores estão brigando por oportunidades de investimento com um pouco mais de retorno”, disse Soummo Mukherjee, analista de crédito sênior da Lucror Analytics, na Flórida. Segundo ele, empresas com rating B também vão acessar o mercado na próxima semana, incluindo a Petro Rio, que não tem títulos em circulação e anunciou plano de vender notas em dólar com vencimento em 2025 para o pré-pagamento de dívidas.

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“Se essas emissões saírem, vai ficar ainda mais claro como tem dinheiro disponível pelo mundo”, disse.

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Jornalista | Analista de Marketing
vitoria.fernandes@moneytimes.com.br
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