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Emplacamento de veículos novos engasga em janeiro por placa Mercosul, diz Fenabrave

04 fev 2020, 15:42 - atualizado em 04 fev 2020, 15:42
Automóveis
Na comparação com dezembro, as vendas de veículos do país recuaram 26,3% em janeiro (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Os registros de vendas de veículos novos em janeiro recuaram nas comparações anuais e mensal, impactados por problemas no processo de emplacamento no Estado de São Paulo, onde passou a valer no final do mês passado a obrigação da nova placa padrão Mercosul para eles, informou a associação de concessionários, Fenabrave, nesta terça-feira.

Segundo a entidade, problemas na emissão de documentos dos veículos novos em São Paulo fizeram com que cerca de 9 mil veículos vendidos no mês passado deixassem de ser registrados no total emplacado no mês no país, contribuindo para uma queda no balanço nacional de licenciamentos do mês de 3,16%.

O volume oficialmente registrado como vendido em janeiro foi de 193.464 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, segundo a entidade.

O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., afirmou que estes 9 mil veículos que deixaram de ter o registro do emplacamento em janeiro serão inseridos no total de licenciamentos de fevereiro.

“Não fosse esse problema em São Paulo, os licenciamentos teriam alta de mais de 1% sobre o ano passado”, disse o presidente da Fenabrave a jornalistas.

Segundo ele, o problema da placa Mercosul, que já foi adotada em vários outros Estados do país, ajudou numa queda de 18,5% nas vendas de veículos novos no Estado de São Paulo no mês passado, para cerca de 51.500.

“O impacto maior foi na última semana de janeiro”, quando normalmente o grosso dos licenciamentos mensais ocorre.

Na comparação com dezembro, as vendas de veículos do país recuaram 26,3% em janeiro, efeito atribuído pela Fenabrave também à forte base de comparação.

As concessionárias de veículos, que terminaram 2019 com 328 mil funcionários, estimam para este ano crescimento de 9% nas vendas de carros e comerciais leves (Imagem: REUTERS/Roosevelt Cassio)

 

 

“Vamos ter um ano de 2020 bastante superior ao de 2019. A disponibilidade de crédito está suficiente para abastecer o mercado, a taxa de juros está extremamente baixa e a inadimplência também”, disse Assumpção Jr.

“O que vende carro é juro baixo, o que vende caminhão é PIB e o que vende moto é emprego”, acrescentou.

Neste sentido, em janeiro, quando todos os segmentos de veículos registraram quedas nas vendas ante dezembro, o segmento de motocicletas teve o menor percentual negativo, de 2,6%. Na comparação com janeiro de 2019, o segmento até conseguiu uma alta, de 1,1%, enquanto o de carros recuou 5,6%.

Enquanto isso, no segmento de comerciais leves, houve crescimento de 10% na comparação anual, puxado por veículos urbanos de carga (VUC), pequenos caminhões tipicamente comprados pelo varejo e pequenos empresários para atuação urbana. Já nos caminhões de maior porte, houve crescimento de 3,7% nos licenciamentos de janeiro na comparação anual.

O presidente da Fenabrave afirmou que a cada 10 pedidos de financiamento de compra de automóvel novo, sete estão sendo aceitos pelos bancos, um sinal positivo ante uma situação de três anos atrás, em que apenas três eram aprovados. Em motocicletas, a situação evoluiu de duas para quatro fichas a cada 10 pedidos de crédito.

As concessionárias de veículos, que terminaram 2019 com 328 mil funcionários, estimam para este ano crescimento de 9% nas vendas de carros e comerciais leves, para 2,9 milhões de unidades.

Para caminhões, a expectativa é de expansão de 24%, para 101,7 mil unidades. A projeção para motocicletas é de avanço de 9%, para 1,08 milhão.

Sobre a crise disparada pelo surto do novo coronavírus na China, que já matou mais de 420 pessoas e tem causado crescentes restrições de viagens e fechamentos de empresas no gigante econômico, a Fenabrave ainda não identificou mudanças significativas nos fluxos de veículos e peças importados pelo Brasil.

“O impacto não deve ir muito além do primeiro trimestre para a China”, disse a assessora econômica da entidade, Tereza Fernandez, da consultoria MB Associados.

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