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Empresário que vendeu banco a Vorcaro fecha trato e escapa de processo criminal

19 dez 2025, 9:11 - atualizado em 19 dez 2025, 9:12
Banco Master fundo imobiliário
Empresário que vendeu Banco Máxima a Vorcaro fecha acordo com o MPF para evitar processo por gestão fraudulenta; pagamento financeiro deve substituir pena. (Imagem: Divulgação)

O ex-proprietário do Banco Máxima, vendido em 2018 a Daniel Vorcaro e rebatizado em 2021 como Banco Master, fechou um acordo com o Ministério Público Federal (MPF) para não responder criminalmente por gestão fraudulenta, crime pelo qual havia sido condenado no início de 2025.

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De acordo com informações da Folha de S. Paulo, Saul Dutra Sabbá firmou um ANPP (Acordo de Não Persecução Penal), permitindo reconhecer irregularidades, evitar a ação penal e substituir a pena por pagamento financeiro. Valor acordado seria equivalente a 70 salários mínimos, pouco mais de R$ 100 mil.

No entanto, o acordo ainda precisa ser homologado pela Justiça Federal, que marcou audiência para o dia 5 de fevereiro.

Durante o processo, o MPF se mostrou contrário à negociação, considerando os crimes graves demais para esse tipo de acordo. Apesar disso, a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que arquivou parte das acusações contra a cúpula do Máxima, obrigou os procuradores a fechar o trato.

Em abril de 2025, a Justiça Federal de São Paulo condenou Sabbá a três anos de reclusão em regime inicial aberto por gestão fraudulenta. A denúncia, apresentada pelo MPF em 2021, foi baseada em informações do Banco Central e investigações da Polícia Federal. Sabbá e outros ex-dirigentes foram acusados de registrar ganhos fictícios entre 2014 e 2016 e realizar manobras contábeis fraudulentas para mascarar insuficiência de capital.

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Segundo o processo, o banco concedeu empréstimos irregulares a uma empresa de negócios imobiliários, com o objetivo de reduzir prejuízos semestrais. Esses valores foram usados por terceiros para comprar cotas de um fundo em que o banco era único cotista, gerando “ganhos fictícios” de até 126% nos registros contábeis. Mesmo assim, o prejuízo do banco no segundo semestre de 2014 foi superior a R$ 5 milhões.

A Justiça absolveu outros ex-diretores acusados na mesma ação, incluindo o ex-diretor jurídico e contábil. O Banco Máxima ficou conhecido por atuar no crédito para o setor imobiliário e enfrentou denúncias de crimes contra o sistema financeiro nacional.

Crise do Banco Master

Em novembro, a Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, após uma investigação apurar um esquema de criação e negociação de títulos de crédito inexistentes, envolvendo instituições do Sistema Financeiro Nacional. As suspeitas incluem gestão fraudulenta, gestão temerária e participação em organização criminosa.

O Master teria repassado ao Banco de Brasília (BRB) cerca de R$ 12,2 bilhões em carteiras fictícias, apresentando documentos falsificados ao BC. O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, foi afastado por 60 dias.

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O caso estourou meses após o BRB anunciar, em março, a intenção de adquirir 58% do Master por cerca de R$ 2 bilhões — operação que criaria um grupo com R$ 100 bilhões em ativos. O negócio, no entanto, foi barrado pelo BC em setembro, por falta de viabilidade e alto risco.

Com o avanço das investigações, a autoridade monetária decretou a liquidação judicial do Master. Um dia antes, a holding Fictor havia demonstrado interesse em comprar o banco, prometendo aporte inicial de R$ 3 bilhões. A liquidação transformou o episódio no maior acionamento da história do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), sendo que, em março de 2025, o Master mantinha cerca de R$ 60 bilhões em depósitos cobertos.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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