Economia

Empresários pressionam por alíquota de 25%; Fazenda tenta evitar imposto mais alto

22 ago 2023, 14:54 - atualizado em 22 ago 2023, 14:54
Déficit, imposto
Exceções à reforma tributária estão pressionando imposto único para a maior alíquota do mundo; setores pedem um teto. (Imagem: Pixabay/Lucas Miranda)

A reforma tributária segue em debate tanto no Congresso quanto no mercado. Ontem, o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, cobrou o governo a criação de um teto de 25% para o Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

“Cada um gostaria de uma reforma tributária, mas queremos o estabelecimento de uma alíquota máxima de 25%. Não podemos permitir que a indústria seja onerada e banque as exceções”, disse em evento da Fiesp com o Esfera Brasil.

O empresário lembrou que a alíquota sobe muito se houver aumento no número de exceções – algo que o Ministério da Fazenda já vem alertando. Tanto que secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, afirmou durante o evento que uma alíquota-base em torno de 25% é possível. Mas para isso, será preciso limitar as exceções. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Maior alíquota do mundo

Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no mês passado aponta que, do jeito que a reforma passou pela Câmara, o imposto único seria de mais de 28%. Com isso, o IVA brasileiro seria o maior do mundo, ultrapassando inclusive os 27% da Hungria.

Já em um levantamento do próprio Ministério da Fazenda, a alíquota única deve ficar entre 25,45% e 27%.

Agora, o relatório do Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, traz um novo estudo, do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), órgão do Governo de Goiás. Neste caso, os cálculos chegam a uma alíquota neutra para o IVA nacional de 29,01%. No entanto, ela poderia variar entre 27,3% e 30,7%.

Se não existissem exceções, segundo o IMB, a alíquota do IVA brasileiro poderia ficar em torno de 21,74%, abrindo uma possibilidade de cenário onde a alíquota neutra variaria no intervalo entre 20,03% a 23,43%.

Imposto seletivo

Além do teto da alíquota, o presidente da Fiesp também expressou a sua preocupação com o imposto seletivo, também apelidado de “imposto do pecado“.

Pelo texto da reforma tributária, o imposto extra incidirá sobre a produção, comercialização ou importação de produtos prejudiciais à saúde, ou ao meio ambiente. Entre os produtos que podem entrar na lista do imposto do pecado e ficar mais caros estão cigarros, agrotóxicos, bebidas alcoólicas e refrigerantes.

No entanto, Josué afirma que o texto no Congresso ainda é muito amplo e pouco específico. Segundo ele, o governo precisa limitar os setores afetados pelo novo tributo.

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.