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Empresas cortando custos impulsionam companhia de gestão de resíduos

19 jul 2020, 15:03 - atualizado em 16 jul 2020, 21:54
Reciclagem
A Bioconverter usa um mix de bactérias para transformar resíduos orgânicos (Imagem: REUTERS/Jorge Cabrera)

A rede de supermercados Natural da Terra e restaurantes corporativos da Reckitt Benckiser e Siemens no Brasil, além da empresa de logística Luft, começaram a testar máquinas de processamento de resíduos vendidas por uma nova empresa de biotecnologia, Bioconverter, que começou a operar em meio à pandemia de Covid-19 no Brasil.

Nelson Libbos, presidente-executivo e fundador da empresa, disse em entrevista nesta quinta-feira que a Bioconverter está agora em negociações com a rede de supermercados Angeloni, de Santa Catarina, para possível utilização das máquinas em 40 lojas da rede.

A Bioconverter usa um mix de bactérias para transformar resíduos orgânicos, principalmente comida, em água que pode ser descartada diretamente no esgoto ou usada para irrigação de culturas agrícolas, cumprindo a legislação ambiental. O mix de bactérias foi testado e criado por pesquisadores da companhia e transforma o lixo orgânico em água em até 24 horas.

“As empresas precisam cortar custos durante a pandemia, e o gerecimento de resíduos orgânicos é caro”, disse Libbos. O processamento do lixo no local onde é gerado elimina despesas como a necessidade de refrigerar os resíduos até a coleta e o transporte até os aterros sanitários.

Libbos e seus oito sócios na Bioconverter estavam planejando o lançamento da empresa quando a pandemia atingiu o Brasil. O lançamento foi adiado e a empresa começou a operar no mês passado.

Todos os sócios da Bioconverter tem carreiras ligadas à área de saúde de alguma maneira. Nelson Libbos já foi presidente de subsidiárias de empresas farmacêuticas no Brasil, como da Teva, Dirceu Barbano é ex-presidente da Anvisa e Jose Roberto Corrales é dono de uma distribuidora de medicamentos e produtos de saúde.

A Bioconverter está em negociações para vender os serviços– a empresa não vende as máquinas, apenas as opera para os clientes– no México, onde iniciou negociações com redes de supermercados. Também pretende entrar nos Estados Unidos, onde alguns Estados estão começando a restringir o descarte de lixo orgânico em aterros.

reuters@moneytimes.com.br