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Empresas de saúde não estão totalmente imunes ao coronavírus

27 mar 2020, 10:50 - atualizado em 27 mar 2020, 10:50
Qualicorp
A equipe de análise do Santander chamou atenção para a ausência de exposição de custos da Qualicorp com a covid-19 (Imagem: Rodrigo O.)

As principais operadoras de planos de saúde do país também sofrerão impactos, ainda que em menor nível, nos custos com a covid-19, afirmou o Santander (SANB11). As empresas do setor estão tendo que lidar com medidas de isolamento social, redução de visitas médicas, de exames e de demais serviços de internação.

As perspectivas para 2021 já são mais otimistas, uma vez que se espera que as medidas preventivas adotadas para conter a disseminação da doença tenham terminado até lá.

“Vemos um risco de queda nos resultados relativamente baixo para 2021, considerando as menores taxas de crescimento da receita líquida, parcialmente compensadas pelas menores taxas de juros”, avaliaram Marcio Osako e Rafael Junqueira de Barros, da equipe de análise do banco.

Segundo os analistas, a integração vertical também deve diminuir o impacto das internações.

“Uma taxa de ocupação mais alta em hospitais próprios tem apenas um impacto marginal nos custos, pois eles são fixados principalmente com a estrutura já definida para a plena utilização”, explicaram.

Principais recomendações

A Qualicorp (QUAL3) e a Hapvida (HAPV3) são as principais recomendações do Santander para o setor.

A Qualicorp é negociada a um múltiplo atrativo (12 vezes o P/L (preço sobre lucro) para 2021, já considerando impacto de 14% no lucro) e não está exposta aos custos decorrentes da pandemia. Além disso, sua base de clientes é defensiva e seu lucro e fluxo de caixa não são tão sensíveis à receita líquida.

Os analistas do Santander destacaram a resiliência da receita da Hapvida, bem como seus sólidos fundamentos de longo prazo (Imagem: Divulgação/Hapvida)

Sobre a Hapvida, o banco destacou sua resiliência de receita, o baixo impacto potencial do coronavírus sobre os negócios e os sólidos fundamentos de longo prazo da companhia.

Maior exposição

Para este ano, o Santander espera mais impacto nas receitas e nos lucros da Fleury (FLRY3) e da Alliar (AALR3) caso o isolamento continue por meses, dadas as suas altas alavancagens operacionais.

“Assumindo dois meses de declínio de receita de 50% e, conservadoramente, nenhuma iniciativa de redução de custo, estimamos quedas de 8 a 9% na receita e de 39 a 57% no lucro para elas. Acreditamos, no entanto, que o impacto deve ser temporário, enquanto houver o isolamento social”, afirmaram Osako e Barros.

Para a Hapvida, considerando um cenário de redução líquida de 100 mil vidas e aumento de 3 pontos percentuais na sinistralidade, o impacto sobre a empresa seria de 3% na receita e 21% no lucro. A Qualicorp, caso também apresente a redução líquida de 100 mil vidas e aumento de 1,5 ponto percentual na inadimplência, teria impacto de 4% nas receitas e 10% nos lucros.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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