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Eneva (ENEV3) e Vibra (VBBR3): Fusão de elétricas ameaça os dividendos? Veja o que dizem analistas; ações operam de forma mista

27 nov 2023, 11:15 - atualizado em 28 nov 2023, 9:18
Fusão elétricas
Fusão elétricas: A união em potencial deverá levar a um crescimento significativo da liquidez das ações, com expectativa de que seja superior a R$ 300 milhões por dia (Imagem: Eneva/Divulgação)

Ontem (26), a Eneva enviou uma proposta não-vinculante de combinação de negócios ao Conselho de Administração da Vibra, segundo informações do Brazil Journal.

O plano seria realizar uma troca de ações que criaria um gigante da transição energética. A carta propõe uma fusão entre as companhias através de uma operação de merger of equals, em que ambas as companhias recebem a mesma avaliação de mercado, tendo cada uma a mesma participação na nova companhia combinada.

Com a notícia de uma possível fusão no radar, ambas as elétricas tomam os holofotes nesta segunda-feira (27), com ENEV3 subindo 0,92%, enquanto VBBR3 marca desvalorização de 2,25%, por volta de 11h15.

De acordo com o documento, a união em potencial “deverá levar a um crescimento significativo da liquidez das ações, com expectativa de que seja superior a R$ 300 milhões por dia”.

Além disso, a fusão das empresas resultaria na terceira maior empresa de energia listada no Brasil em valor de mercado, ficando atrás apenas Petrobras (PETR3; PETR4) e Eletrobras (ELET3), abrindo espaço para um crescimento robusto nos próximos anos, segundo fontes próximas à Eneva.

  • Eletrobras que se cuide: Fusão entre Vibra (VBBR3) e Eneva (ENEV3) pode criar a terceira maior empresa de energia do Brasil, veja como isso impacta os investidores das empresas no Giro do Mercado desta segunda-feira (27), é só clicar aqui: 

Fusão de elétricas: Prêmio vai para Eneva

Levando em consideração que a operação considera o valor de ambas as companhias no mercado, analistas da Guide Investimentos destacam que há um “prêmio interessante” para Eneva.

Isso porque, apesar de as elétricas terem sido avaliadas como iguais nesse sentido, Eneva está avaliada em R$ 20,7 bilhões, enquanto a Vibra vale R$ 25,9 bilhões.

Em linha com a perspectiva estão os analistas da Ativa Research, que avaliam que, neste momento inicial, a proposta pode ser mais favorável à proponente, “que encontra em Vibra um parceiro perfeito no que tange à geração de caixa e a diminuição da sua alavancagem”.

Em relação a Vibra, o time acredita que se unir a Eneva, “cujos investimentos oferecem retornos sistematicamente superiores que os seus também seria favorável, mas possivelmente sem o prêmio à Eneva embutido na proposta inicial”.

Nova empresa vai diminuir dividendos?

Segundo a Ativa, a proposta atual pressupõe um “pedágio” aos acionistas de Vibra, para que se juntem a Eneva.

“O que acreditamos que pode ser contestado, sobretudo se levarmos em consideração que a nova empresa pode, num primeiro momento, reduzir a expectativa de distribuição de proventos aos seus acionistas para adequar seu novo balanço às suas expectativas de crescimento”.

Para a corretora, os motivos elencados para a oferta são:

  • tamanho e representatividade;
  • otimização de alocação de capital;
  • redução de risco;
  • geração de valor comercial;
  • sinergias e ESG;

Procuradas pelo Money Times, as companhias afirmaram que só irão se pronunciar sobre o tema via fato relevante. 

Confira o documento:

 

Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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